por Danilo Baltieri

"Boa noite doutor. Meu filho participou de uma rave. Ele não é usuário de drogas, mas tomou vodca no copo de algumas pessoas, tipo um copo. Começou a passar mau. Ele teve pânico, ansiedade, palpitação, falta de ar, calafrio, medo e sensação de sufocamento. Estou pesquisando e tudo indica que foi colocado LSD na bebida do copo. Estou indo aos hospitais todas as noites. Ele tem crises de pânico. O que devo fazer? Ele tem 17anos. Me garantiu que tomou somente vodca e água em abundância."

Resposta: São várias as substâncias psicoativas que podem induzir sintomas de ansiedade, tais como sintomas de uma síndrome do pânico. Quando substâncias indutoras são combinadas, os sintomas tendem a ser mais intensos.

De uma forma geral, sintomas recorrentes de ansiedade podem ser causados por algum transtorno de ansiedade propriamente dito, por uma doença física, pelo uso de uma droga ou substância psicoativa, ou mesmo pela retirada (ou redução) abrupta do uso continuado de uma determinada substância.

Sintomas de ansiedade induzidos pelo uso de substâncias psicoativas, em geral, devem:

a) Ser proeminentes;

b) Aparecer durante ou dentro de um mês após o consumo;

c) Não ser justificados por algum outro problema médico ou mesmo psiquiátrico preexistente;

d) Provocar notáveis problemas sociais, pessoais e familiares na vida do indivíduo.

Sintomas de ansiedade induzidos pelo uso de substâncias psicoativas podem variar de intensidade e de apresentação clínica, dependendo das características individuais, dose consumida, combinação de substâncias, tempo de consumo, dentre outros fatores.

De fato, sintomas de ansiedade podem ser induzidos pelo uso de bebidas alcoólicas, estimulantes (cocaína, anfetaminas), cafeína, maconha, alucinógenos (como é o caso do LSD), as chamadas club drugs (ketamina, ecstasy, GHB, por exemplo), inalantes e outras.

Se, de fato, a bebida do seu filho, menor de idade, foi adulterada com alguma outra substância, será difícil determinar com exatidão qual substância foi usada. De qualquer forma, será necessário que seu filho inicie um tratamento médico especializado a fim de manejar os sintomas atualmente existentes, evitando quaisquer outros prejuízos futuros. Em muitos casos, o tratamento farmacológico deve ser iniciado.

Atenção!

Este texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico e não se caracterizam como sendo um atendimento.