por Valéria Meirelles
Resposta: Morar junto é um processo que exige muita flexibilidade e a descoberta de novas habilidades que antes não eram necessárias. O princípio-chave desta nova etapa de vida é o comprometimento com um novo sistema, o conjugal, que demandará um realinhamento dos relacionamentos com as famílias e os amigos. Afinal, novos papéis surgiram com a união de vocês dois. Sem contar o cotidiano, que demanda negociações constantes de papéis e posturas neste novo momento do relacionamento de vocês.
Isto tudo implica em disposição e exigências que nem sempre as pessoas dão conta e se atentam, pois ficam ainda conectadas com a imagem idealizada do "foram felizes para sempre". E na sua vida duas mudanças importantes aconteceram simultaneamente: trabalho e casamento. É preciso levar tudo isto em consideração, explicar para seu namorado e juntos buscarem uma solução baseada em companheirismo e compreensão.
Como lidar com um marido que fica 15 dias fora de casa e apenas dois com a família?
Os filhos sentem a ausência do pai e acabo fazendo o papel de mãe, pai, profissional, faxineira…
Resposta: Como foi dito no filme As Pontes de Madison, "nós somos as escolhas que fazemos" ou como coloca Ivone Gebara, uma das maiores teólogas brasileiras, "a felicidade não depende da ausência de sofrimento, mas da qualidade de nossas escolhas".
A partir destas duas colocações lhe pergunto: como conseguir tornar sua vida melhor, sem deixar de ser você mesma? Como incluir seu marido no cotidiano, ainda que à distância? Como escrever uma nova narrativa para sua vida, que não a tristeza e solidão?
Para sair deste lugar sugiro que busque uma psicoterapia e reflita a serviço de quê está a sobrecarga em sua vida. Reflita também sobre a forma de ser mulher em sua família, pois pode estar repetindo algum padrão.
Filhos merecem peso do casamento?
Tenho um relacionamento de quatro anos um tanto conturbado e não sinto mais que amo meu parceiro e nem que ele me ama, temos um filho e brigamos muito
Resposta: Há uma confusão que as pessoas fazem ao confundir ex-marido com ex-pais. Nenhuma criança merece o peso dos casamento dos pais, sendo assim, como costumo dizer, é melhor pais separados, em paz, exercendo bem o cuidado com os filhos que um casal vivendo infeliz sobre o mesmo teto e em decorrência disto não dando a atenção necessária a eles.
Como uma alternativa, sugiro uma terapia de casal ou então, para você, psicoterapia individual a fim de ajudá-la a compreender este seu processo de vida tão delicado.