por Sandra Vasques
Resposta: É preciso fazer algumas perguntas:
Quando você começou a perder o desejo?
Se ele existia e deixou de existir é preciso descobrir a causa, que pode ser localizada em um dos parceiros, ou no jeito e na história do casal.
Muitas vezes uma pessoa se apaixona por outra e não convive um tempo suficiente para conhecer o seu jeito de ser e logo se casa. Ou então, até percebe que um determinado modo de ser e ver algum aspecto da vida não combina, mas procura ignorar, acreditando que tudo pode mudar, porque está muito afim da pessoa, e se casa. Nessas duas circunstâncias, a possibilidade de haver problemas não é pequena, em especial no sexo.
Quando, ao invés de nos permitir conhecer o verdadeiro jeito da pessoa ser, a olhamos como gostaríamos que ela fosse, é um problema, que mais cedo ou mais tarde teremos de lidar. Assim, se você casou com sua esposa, imaginando que ela poderia ser uma boa parceira, inclusive sexual, e ela se revelou muito diferente de você nesse aspecto, o desejo tende a diminuir ou desaparecer. Afinal, só desejamos aquilo que é bom, gostoso, que queremos repetir e repetir!
Existem outras causas que devem ser investigadas quando há perda de desejo, como as físicas, por alterações hormonais e outras causas. Mas isso, quando é uma perda de desejo sexual geral, que não parece ser o caso, pois você localiza o problema na relação com sua esposa.
Quando há mudanças importantes na vida do casal, como o nascimento de um filho, perda de emprego, luto… Enfim, situações importantes que mexem muito com as emoções e a estrutura da vida, isso pode interferir no desejo sexual. Uma outra questão muito importante são as mágoas e desconfianças que podem invadir a vida do casal.
Uma relação está baseada em um acordo, nem sempre explícito, e quando esse é rompido, pode gerar insatisfação, tristeza, mágoas profundas e que, se não forem olhadas de frente e resolvidas, ficam azedando a vida do casal.
Como é que se pode desejar alguém em quem não se confia, ou que trouxe sofrimento? Seria um ato de traição consigo, e é claro que de alguma maneira vamos evitar, mesmo que o racional dê permissão, as emoções não dão!
Uma outra questão muito mais evidente, mas nem por isso menos complexa, é quando a pessoa não consegue corresponder ao ritmo sexual, ter criatividade e isso se torna uma rotina intransponível, pois mesmo que se tente conversar a pessoa não muda. Um doce pode ser muito bom, mas quando comemos o mesmo doce todos os dias, fica demais!
No sexo, é preciso haver investimento, dedicação, para torná-lo algo estimulante, mesmo que seja sempre com a mesma pessoa! Aqui neste espaço, também cabe falar sobre o descuido consigo, não investir em ter uma aparência e uma essência estimulantes. E não se trata de estar sempre em academias e salões de beleza e sim de cuidar da saúde, bem-estar físico e emocional, bom-humor, extravasar sensualidade, feminilidade ou masculinidade – no caso dos homens.
Quando a parceira ou o parceiro deixam de se sentir estimulantes sexualmente, aposentam o papel de amantes e daí o outro sente e também murcha, deixa de querer o que, de fato, não existe.
Avalie junto com sua esposa o que pode estar acontecendo e tentem resolver, encarando os problemas de frente, reintroduzindo o erotismo e a sensualidade na relação a dois, olhando um para o outro como homem e mulher. E se não conseguirem sozinhos, procurem a ajuda de um terapeuta de casais que poderá orientá-los.