por Anette Lewin
Resposta: As "verdades universais" ou frases lapidares têm seu valor para as pessoas porque as fazem sentir-se parte de um todo e não uma formiguinha indefesa diante de seus desejos.
Toda generalização, porém, embute um risco que caminha no sentido contrário ao do conforto: quem não se encaixa no padrão pode se sentir esquisito.
A analise mais individualizada sempre acaba nesse sentido, funcionando melhor, embora exija uma reflexão mais aprofundada. Vamos a ela então.
É verdade que as mulheres admiram homens "de atitude ", um tanto quanto agressivos, pois são esses homens que podem protegê-las e garantir a sobrevivência da espécie. Pelo menos assim foi desde que a natureza deu ao homem uma força física maior do que a da mulher, transformou-o em caçador em oposição ao papel de cuidadora da fêmea e tantas outras características que diferenciam homens de mulheres.
Na atualidade, porém, não dá para negar que, se essas funções ainda estão gravadas em nossos gens, os papéis sociais vêm mudando muito rapidamente.
Mulheres e homens podem ser provedores e cuidadores, casamentos homossexuais começam a ser aceitos e filhos passam a ser opção e não consequência. E essas mudanças acabam determinando que as escolhas amorosas se façam também de forma mais variada.
Homem para ficar e homem para casar
A mulher pode apreciar o homem que dê um tranco, é verdade. Mas não mais por que ele é um bom provedor. Aliás, homem pegador e homem provedor quase caminham em direções opostas.
O homem pegador conquista muitas mulheres, especializa-se em entender a alma e o corpo feminino, gosta do jogo amoroso e assim faz sucesso entre as mulheres. Mas nem por isso todas elas o querem como marido. Para essa função o homem provedor, trabalhador e que não tem muito tempo, nem muita vontade de se especializar no jogo amoroso, é mais cotado. Sim, atualmente muitas mulheres diferenciam assumidamente o homem para ficar do homem para casar. Como os homens já faziam há muito tempo.
Homem de atitude e o imaginário feminino
O homem "de atitude" também mexe com o imaginário feminino pela ótica do poder. Muitas vezes a mulher se sente extremamente poderosa ao conseguir causar em seu parceiro uma atração tão forte a ponto de tirá-lo da razão e transformá-lo num "quase-bicho" que toma posse de sua fêmea sem muito cuidado. Todas gostam disso? Algumas sim, outras não; algumas durante algum tempo e depois não mais; algumas nas fases mais depressivas de suas vidas quando a dor do tranco se faz necessária para atestar que elas ainda sentem alguma coisa no meio do vazio da depressão; e outras… nunca!
Assim, a mulher hoje tem condições de escolher seu parceiro com mais consciência e objetividade. Isso, se seu autoconhecimento permitir identificar quais são suas necessidades pessoais, seus desejos e suas preferências. Tarefa a que, infelizmente, poucas se dedicam. É bastante comum na roda de mulheres de todas as idades, cobiçar em grupo o "gostoso" da academia, sem pensar para que e para quem ele serve. E depois, na mesma roda, falar de suas decepções com os homens que "são todos iguais"… É verdade.
Mulheres que se comportam igual acham homens que se comportam igual. Mulheres que se conhecem, se gostam, se dedicam a si mesmas, entendem que o homem perfeito não existe, e escolhem conscientemente seus parceiros, podem sim, encontrar o homem que não é apenas mais um homem que as decepcionará. Podem encontrar o homem que, juntamente com elas, formará um par que vale a pena! Com ou sem trancos. Mas certamente sem a pobreza de um vinculo que caminha aos trancos e barrancos.