Da Redação
Segundo o ortopedista Gilberto Anauate, depois da dor nas costas, a dor no pescoço é campeã de reclamações nos locais de trabalho.
Quem sofre de dor crônica nos Estados Unidos, por exemplo, tem até mesmo seus direitos garantidos com relação à diminuição de certas atividades e exigência de acomodação apropriada no ambiente profissional. Mas, para quem imagina que a principal causa seja a má postura, o médico diz que o problema pode ser emocional.
“A dor no pescoço, também chamada cervicalgia, não pode ser associada única e exclusivamente a um problema postural, como muitos imaginam. Por apresentar grande mobilidade em relação ao restante da coluna, a região cervical está mais sujeita a dores e contraturas musculares devido à friagem e, principalmente, episódios de alta tensão psicológica”, diz.
O ortopedista diz que o estresse pode ser o grande vilão da cervicalgia em grande parte dos casos. “Os músculos localizados atrás do pescoço têm de estar sempre tensos para suportar a parte de cima do corpo. Só que, quando eles trabalham além da conta, sofrendo contrações constantes de fundo nervoso, a dor é inevitável. Inclusive, pode ser irradiada para os ombros ou ainda resultar em dor de cabeça”.
Depois de um diagnóstico completo e acertado, detectando se a dor tem origem na friagem ou no excesso de ansiedade, o ortopedista orienta o paciente a buscar ajuda especializada. “Cada vez mais surgem recursos terapêuticos que podem amenizar o problema. O paciente poderá ser orientado tanto a fazer um tratamento à base de antiinflamatórios e relaxantes musculares, até a buscar terapias complementares, como a acupuntura. O ideal é que seja feita uma investigação personalizada”.
Anauate alerta que ninguém pode se “acostumar com a dor”, devendo prestar atenção aos sinais que o corpo emite regularmente. “Se a dor começar a irradiar para os braços, ou se o paciente começar a sentir ‘pinçadas’ no pescoço, é necessário uma investigação diagnóstica mais detalhada”.
Sete dicas para driblar a dor no pescoço
1ª) Agasalhe-se bem nos dias frios e evite tomar friagem;
2ª) Quem trabalha o dia inteiro diante do computador deve fazer pausas para movimentar ombros e pescoço lentamente, por alguns minutos, a cada duas horas. Esse hábito alivia a tensão que normalmente se acumula ao longo do dia;
3ª) Quem passa horas dirigindo deve usar, além do cinto de segurança, um encosto de cabeça devidamente ajustado ao corpo, mantendo os braços esticados e as mãos firmes no volante. Evite dirigir se a dor estiver muito forte;
4ª) Massagens suaves com óleos aromáticos ou antiinflamatórios em gel ou creme também contribuem para aliviar a dor;
5ª) Donas-de-casa devem se acostumar com novos hábitos na hora de se abaixar ou suspender objetos. É importante usar mais a força das pernas para abaixar ou se levantar.
6ª) Busque atividades de relaxamento para a mente e o corpo. Isso inclui terapias alternativas, hobbies, ou simplesmente se dar ao luxo de descansar mais;
7ª) Usar travesseiro é indicado. Mas a escolha deve recair sobre um modelo que não seja nem muito fino, nem muito grosso. O ideal é escolher um travesseiro que se encaixe direitinho entre a extremidade do ombro e o início do pescoço.