Você sempre reclama? Falta uma perspectiva otimista no seu dia a dia?  

Reclamar frequentemente pode impactar o cérebro, causando mudanças estruturais e funcionais. Focar nos aspectos negativos reforça circuitos neurais que favorecem uma visão pessimista do mundo.

Esse comportamento repetitivo aumenta a liberação de cortisol, hormônio do estresse, que em excesso pode danificar o hipocampo, afetando a memória, a orientação espacial e a aprendizagem.

Essa perpetuação comportamental de negatividade no cérebro afeta diretamente a saúde mental. Estas pessoas que reclamam constantemente tendem a apresentar níveis mais altos de ansiedade, depressão e estresse. A incapacidade de ver o lado positivo das situações pode levar a uma espiral descendente, afetando a qualidade de vida e a capacidade de lidar com os desafios cotidianos.

Como lidar com o hábito de reclamar?

Para combater os efeitos negativos do hábito de reclamar, é importante cultivar uma mentalidade mais positiva e focada em soluções. Gerando um hábito de enxergar menos objeções e focando mais nas possibilidades de soluções. 

Práticas como a gratidão, a meditação e a reestruturação cognitiva podem ajudar a reverter os danos causados pelo pensamento negativo constante. Ao adotar uma abordagem mais equilibrada e positiva, é possível não só melhorar a saúde mental, mas também fortalecer a resiliência e o bem-estar geral. Mas finalizo lembrando que os contrários serão sempre fundamentais para refletirmos. A reclamação pode ser útil, assim como, as validações. Os contrários em equilíbrio nos ajudam e nos equilibram. Precisamos do contraste pra podermos enxergar a beleza das coisas. Verrocchio disse assim certa vez: “O escuro controla a luz”. É sobre isso.

Karina Simões

Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental; Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde - UFP - Universidade Fernando Pessoa em Portugal. Defendeu a sua dissertação com excelência e nota máxima sobre: “A interferência das redes sociais nos relacionamentos”. Especialista em Psicologia da Saúde, Desenvolvimento e Hospitalização – UFRN; Especialista pela Faculdade de Medicina do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – SP. Foi professora da Pós-graduação em Psicologia – Terapia Cognitivo-Comportamental (Unipê). Há 20 anos atendendo na clínica a adolescentes, adultos, casais e famílias. Membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC. Mantém o Blog próprio desde 2008. Mais informações: www.karinasimoes.com.br. Atendimentos com consultas presenciais ou online