Entenda o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI)

por Ana Maria Costa

O TEI é um transtorno mental onde existe falha no controle do impulso da agressão gerando ataques de raiva.

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Mediante situações percebidas como estressantes o individuo reage de forma desproporcional podendo agredir física e verbalmente as pessoas ou destruir objetos próprios e de terceiros.

O portador reage de forma exagerada, desproporcional, causando constrangimento, prejuízos financeiros e isolamento social. Ele frequentemente é chamado de “pavio curto”.

Sintomas comuns:

– Elevação dos batimentos cardíacos no momento que antecede os ataques de raiva;

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– Alivio após as explosões verbais, físicas e destruição de objetos;

– Sentimentos de vergonha, arrependimento e inadequação após as explosões (embora acreditem que estejam corretos em suas reclamações, percebem que a forma como reagem é ruim)

– Depressão

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Comportamentos:

– Ataques de fúria, destruindo objetos (celular, televisores, carros, etc.) e/ou agredindo fisicamente as pessoas;

– Explosões verbais com o uso de palavras de baixo calão (xingamentos);

– Prejuízo financeiro: muitas vezes são responsabilizados financeiramente pelas destruições, perdem empregos, etc.;

– Isolamento social: temendo ter ataques de raiva e/ou por serem reconhecidos como alguém que arruma confusão, isolam-se ou são excluídos de grupos sociais (empregos, escolas, família):

– Prejuízo afetivo: os relacionamentos não duram ou são muito tumultuados com brigas constantes;

– Problemas legais: devido a brigas no trânsito ou em outros locais podem ter problemas com a Justiça.

Relato de estudos

A violência é cada vez mais comum em nossa sociedade ocorrendo nas mais diversas classes econômica e social. Entender os mecanismos que desencadeiam e perpetuam a violência é um desafio para os profissionais da saúde mental.

Nos grandes centros, hospitais e clínicas desenvolvem estudos para propiciar tratamento aos portadores de transtornos que têm a agressão como tema.

Hospital das Clinicas (USP) oferece atendimento gratuito

Atualmente no Hospital das Clinicas, no Instituto de Psiquiatria, estamos disponibilizando tratamento para os portadores do Transtorno Explosivo Intermitente. Médicos psiquiatras e psicólogos disponibilizam atendimento gratuitos com objetivo do controle da raiva e suas consequências.

Grupo de pacientes que apresentam agressividade devido à falta do controle do impulso, onde comportamentos desproporcionais ocorrem, podem contar com essa ajuda. Nosso trabalho é propiciar aos interessados tratamento para que haja uma melhor qualidade de vida.

Local – Hospital das Clínicas – instituto de Psiquiatria – Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso (PRO-AMITI) FONE: 11-26617805

Entenda o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI)

por Ana Maria Costa

Este transtorno é caracterizado por pensamentos obsessivos (insistência) que podem ou não levar à compulsão (realização de um ato). Isso ocorre de forma involuntária, gerando ansiedade e prejuízos tanto afetivo, como financeiro e social.

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Realiza rituais para diminuir pensamentos sobre algo que talvez esteja 'errado'.

Os rituais mais comuns são:

– ritual de excesso de limpeza: onde poderia ocorrer uma contaminação;

– ritual de contagem: necessidade de contar tudo o que é passível de ser contado ou então a pessoa elege algo para contar;

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– ritual de simetria: consiste em arrumar tudo de forma a adotar uma ordem;

– ritual de checagem: comportamento de verificar se trancou uma porta, desligou o gás, etc.

– e ainda o toc mental que consiste em ter pensamentos insistentes sobre um assunto sem a realização de um comportamento.

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No inicio do problema o paciente pode apresentar críticas sobre seus comportamentos, mas com o tempo, pode não perceber que está fazendo algo fora dos padrões.

Relato

J.S. me foi encaminhado para psicoterapia por apresentar comportamentos que lhe traziam prejuízos financeiros e de relacionamentos.

Com a idade de 35 anos e sendo um profissional da área de contabilidade financeira J.S. não estava tão preocupado com o que sua família e seu médico apontavam como algo que merecia tratamento. Ao ser questionado por mim sobre como estava sua vida e quais eram seus objetivos, ele relatou que não conseguia realizar muitas atividades durante o seu dia e por isso não tinha tempo para planejar seu futuro. Para ele estava um tanto confuso o que lhe impedia de desenvolver melhor suas funções.

Diante desse quadro, sugeri que J.S. descrevesse como dividia seu tempo usando para isso uma agenda onde anotava como o seu dia era ocupado. Para surpresa do paciente, sua agenda continha poucas atividades e muito tempo gasto em tomar banho. Durante o dia J.S destinava horas para banhar-se, uma hora no período da manhã e uma hora no período da noite, podendo estender-se por mais tempo ou ainda ser ocupado por mais um banho.

Além do tempo destinado à sua higiene, ele também realizava um ritual para se banhar. Ao ligar o chuveiro se ocupava com a ordem em que deveria se lavar. Seu ritual era iniciar pela cabeça, passando pelos braços, repassando os cabelos, voltando para as costas e outras ordens que para ele eram necessárias. Caso algo o impedisse ou ele se esquecesse de alguma parte da sequência habitual, começava tudo novamente. Embora sua pele não apresentasse muitas escoriações pelo excesso de sabonete e água, sua conta de consumo era bem alta e a paciência de sua esposa estava chegando ao fim.

Mesmo diante desses fatos, J.S. não considerava que seus banhos eram excessivos ou prejudiciais.

Foi então que propus um trabalho de terapia para que o paciente se conscientizasse do seu problema e colaborasse para modificar seus comportamentos. Também solicitei que um relógio fosse colocado no banheiro para facilitar o entendimento do tempo gasto. A agenda e o relógio auxiliaram muito. Iniciei também o que chamamos de psicoeducação (estratégia que esclarece sobre o transtorno). J. S. entrou em contato com as explicações sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e à medida em que percebia que seus banhos eram rituais, onde a repetição se dava com o intuito de obter alivio sobre algo que o incomodava. Com isso ele foi se lembrando que no inicio não era muito comum tantos banhos, mas com o tempo não reconhecia o problema.

Além da terapia, o paciente foi encaminhado para que recebesse medicação especifica. Quando o TOC é grave recorremos aos medicamentos para que haja mais resultados. A terapia auxilia a percepção do problema e procura a causa de tanto sofrimento mas, nesse caso, o medicamento foi necessário para a ansiedade excessiva. Embora tenha diminuído os banhos, ele não apresentou melhora ao ponto de eliminar esse comportamento. Quando percebeu que a esposa estava mais confiante nos resultados e que as contas de consumo haviam diminuído, bem como o tempo que ficava no banheiro, ele acreditou que não necessitava mais de tratamento. Ele abandonou a terapia e os remédios. Hoje tenho noticias através de sua esposa que o problema continua, mas ele se recusa a procurar tratamento.

Nos casos mais severos de TOC é comum o paciente não aderir ao tratamento, afastando-se quando obtém uma melhora e também é comum encontrarmos mais de um um ritual na mesma pessoa.