Relação tóxica entre mãe e filho e vida amorosa

“Se a relação mãe e filho for tóxica, na qual essa mãe é uma mulher controladora, enxergando o filho como uma pessoa minimamente incapaz de se cuidar, e assim, assumindo tarefas que esse filho deveria fazer, fazendo isso com o intuito de protegê-lo… e, ora, manipulando esse filho, se colocando no papel de vítima, para que ele também atenda às suas demandas… De que forma esse essa relação tóxica poderá contaminar a vida amorosa desse filho, de que forma ele tenderá enxergar as mulheres?”              

Resposta: A toxicidade de um relacionamento mãe e filho nem sempre gera as mesmas consequências para os envolvidos. Alguns filhos conseguem perceber, muito cedo, a dinâmica de um relacionamento tóxico e fugir dele assim que possam bancar seu sustento. Outros não.

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Relação tóxica entre mãe e filho: possíveis consequências

Sobre essa mãe e esse filho mencionados na questão acima, podemos, portanto, traçar possibilidades mas não generalizar consequências. 

Um filho sufocado por uma mãe tóxica pode, em seus futuros relacionamentos amorosos, buscar mulheres muito parecidas com essa mãe; mulheres autoritárias e manipuladoras. Sofrerão com isso? Não necessariamente. Afinal, às vezes acabam se acostumando com esse padrão e se sentindo razoavelmente confortáveis nele. Nesse caso, em geral, acabará acontecendo um embate entre sogra e nora dominadoras que se transformará num fator de desconforto para ele. E ele terá que ser muito hábil para lidar politicamente com a situação. Porque se não for, acabará rompendo com uma das duas.

Outra possibilidade será a de ele ser atraído por mulheres manipuláveis como ele, e reproduzir com elas o comportamento de sua mãe. Afinal, quem foi manipulado, às vezes, tem a necessidade de entender o lado manipulador. E reproduzindo esse comportamento pode vivenciar na prática como se sente um manipulador; e decidir se o exercício desse papel lhe traz algum ganho ou não. 

Existem ainda os que acabam se identificando com essa mulher manipuladora vendo nela uma figura forte, principalmente quando a figura paterna é frágil e apagada. 

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Mas, como foi dito acima, nem toda mãe dominadora faz grandes estragos na personalidade de um filho. Porque, afinal, essa mãe acaba dando atenção a esse filho. Talvez até em excesso. Mas sempre dar atenção é melhor do que ignorar, abandonar, maltratar. E ainda que esse tipo de atenção não seja a mais adequada, essas mães podem acabar formando filhos bem-sucedidos, com casamentos saudáveis, fortes e preparados para enfrentar ambiguidades emocionais em suas vidas.

Afinal, a tão falada inteligência emocional só pode ser desenvolvida através da vivência prática de conflitos e a tentativa de resolvê-los. Nesse sentido, ambientes emocionais muito assépticos podem ser confortáveis, mas em contrapartida podem deixar a desejar em termos de fortalecimento emocional. A vida emocional é uma batalha. Vence o que estiver mais preparado.

Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.

É psicóloga graduada pela PUC/SP. É psicoterapeuta de adultos e adolescentes em consultório particular desde 1975 até a presente data. É coach em saúde mental. Vya Estelar quer colocar você, querido leitor(a), ainda mais pertinho de nós. A psicóloga Anette Lewin responderá perguntas enviadas por você sobre relacionamento amoroso, conflitos na vida a dois e conjugal. Esta resposta possui dois formatos: 1º formato: responder as perguntas enviadas por você; 2º) formato: extrair uma palavra em específico de uma pergunta que você enviou (ex: traição). E partir desta palavra, revelar o significado do que sentimos ao nos relacionar. Seu nome e e-mail serão preservados.

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