por Eduardo Ferreira Santos
"Sinto que diversas características da síndrome de Don Juan fazem parte de mim. De alguma forma, consigo camuflá-las, mas sei que no fundo estou sendo um personagem conquistador. Sei que muitas mulheres estão atentas a esse tipo de conquistador. Eu percebo isso e vou contra a maré, o que me traz uma facilidade ainda maior. Às vezes até por princípios religiosos, me aproximo de pessoas fragilizadas, conquisto-as e as ajudo a superar suas dificuldades. Mas quando a pessoa supera o problema, perco o interesse e sinto vontade de uma nova conquista. Quando alguém percebe que sou um conquistador, disfarço para não ser descoberto. Mas tudo isso me gera uma enorme culpa. Como superar?"
Resposta: De fato, o que você descreve demonstra uma fratura no desenvolvimento de sua personalidade, o que chamávamos antigamente de PSICOPATIA.
A falta de estruturação moral, através da formação correta de um superego, faz com que você consiga identificar que está agindo de forma inadequada, mas não consegue resistir aos seus impulsos e não tem habilidade para sublimá-los.
O superego é a parte do Aparelho Psíquico descrita por Freud, onde se localiza todas as informações sobre o que se pode ou deve fazer, controlando os impulsos e também os desejos mais inadequados. É a parte psíquica responsável, portanto, por nosso comportamento dentro das normas e regras da MORAL e dos bons costumes. Pode, também, conter "objeções" disfuncionais, tipo "sexo é sujo, não faça", o que pode gerar uma série de transtornos para a pessoa.
Enfim… o superego é o controlador das relações interpessoais, existindo tanto em uma parte CONSCIENTE quanto noutra INCONSCIENTE.
Talvez uma longa e boa psicoterapia possa ajudá-lo.