por Flávio Gikovate
Concluí o texto anterior (veja aqui), falando sobre a dependência emocional e o pavor de desamparo dos filhos em relação aos pais, que inclusive, persiste mesmo quando se atinge a autossuficência.
Essa dependência torne-se um "instrumento pedagógico" que pode ser utilizada de modo abusivo no âmbito familiar. Ou seja, os pais utilizarem seu "poder" além do que seria necessário para a construção dos padrões de conduta indispensáveis à vida em comum.
Com isso, o pavor da rejeição leva as crianças mais velhas a uma série de concessões, a viver de acordo com a vontade de seus pais do que segundo suas próprias convicções. Isso trará na maioria dos casos uma tendência para a rebeldia após a puberdade. A revolta será pouco crítica, em geral contendo uma posição aos padrões impostos.
Não é raro que isso aconteça quando o jovem se sinta aconchegado por outros vínculos afetivos – grupo de amigos ou elo amoroso "adulto". Assim terá forças para suportar a rejeição familiar.
Sem perceber, porém, estará compondo outras dependências: agora temerá a rejeição dos amigos ou do namorado (a).
Na realidade não se torna independente, apenas muda de "dono".