por Elisandra Vilella G. Sé
Sempre peguntamos se existe no ser humano a capacidade para o transcedental, o sagrado e a busca do sentido da existência humana.
Existem questões inerentes ao ser humano que inquietam todos nós e que surgiram desde tempos remotos: Quem sou eu? De onde vim? E para onde vou?
E a maioria dos seres humanos rconhece a presença de forças e influências que o transcendem para além de sua consciência; o que o homem denomina de diversas formas e maneiras, como Deus, Senhor, Energia, Espírito, Guia, Pai, Fluído Cósmico, Criador, Luz, Força Maior, Insconsicente, Essência Divina etc. Mas tudo se resume em buscar um sentido para a existência humana.
Essa dimensão filosófica e transcendental do ser humano podemos dizer que corresponde à abertura da consciência ao significado e à totalidade da vida. É a capacidade de transcendência que eterniza o ser humano na sua caminhada. É a fé e a esperança que movimentam a beleza da vida.
De acordo com a Filosofia, devemos procurar compreender a vida a partir da razão. Lembrando que na linha filosófica ao nos remeter ao estoicismo, originado em Atenas pelo filósofo Zenon, que ganhou repercussão a partir das reflexões de filósofos romanos, como o poeta Sêneca, ou o imperador Marcus Aurelius, o sentido da vida é viver segundo a razão, seguindo a virtude… Entre elas, estão a justiça e o amor ao ser humano. É uma dedicação de "Amor ao próximo como ti a mesmo".
Entretanto, são tantas as propostas existentes para as questões que inquietam o ser humano que muitas obras de arte, literatura, mídia, religiões, misticismo, jornalismo, astromonia… oferecem respostas ao sentido da vida. Muitas dessas obras tentam passar para o público experiências vividas por outras pessoas. Podemos aprender com as experiências de outras pessoas, mas não podemos vivenciar as mesmas experiências. Mas para cada um, o importante é perceber e procurar o que lhe dá sentido à vida. Por isso, a escolha de uma crença que dará esse sentido é essencialmente e exclusivamente sua.
O ser humano é por natureza impulsionado à reflexão, a questionamentos; tem uma necessidade intrínseca de transcedência e é essa que revela a grandiosidade do homem. A transcedência ou espiritualidade é baseada nas incertezas, em busca da essência do homem, e revela a essência da liberdade, a busca do valor da existência humana.
A palavra espiritualidade vem de spritius que significa "sopro de vida" que anima a matéria. E existe uma tendência natural de associar espiritualidade à religião. Mas muitas vezes a espiritualidade se perde, se confunde com diversas concepções de religiões.
A resposta para a pergunta: o que preenche o ser humano? Está nessa busca de significado, na espiritualidade intrínseca, daí surgiram ideias, crenças e ritos que se consolidaram em diferentes religiões. A religião tem duas palavras: teoria e prática, e nem sempre o que está na teoria não está na prática, e o que está na prática nem sempre está na teoria. Assim, cada indivíduo deveria enveredar por um caminho espiritual que melhor se adequasse à sua disposição mental, à sua inclinação natural, ao seu temperamento, às suas crenças, família e formação cultural. E cada um acredita naquilo que é verdade para si.
Ao tratar aqui neste texto as reflexões sobre espiritualidade, transcedência e envelhecimento, durante o desenvolvimento ao longo da vida, até atingir a maturidade e a velhice; o percurso entre ganhos e perdas faz parte de toda uma vida e é invevitável a questão do sentido existencial. E cada vez mais se evidencia a importância da espiritualidade nesse processo de envelhecimento e como a capacidade de transcedência influencia nas dimensões psicológicas em diferentes situações existenciais.
Ao longo da vida, cada pessoa precisa incorporar esse sentido da vida repleto de ensinamentos e reflexões à sua vida prática, em todas as circunstâncias e vicissitudes, para que possa recorrer a eles como uma fonte de força interior.
Muitas vezes é a espiritualiade que nos alimenta, nutre a mente e a alma. Para isso, torna-se necessário compreender de maneira mais profunda as ideias, filosofias, não apenas num nível intelectual, mas com uma profundidade de sentimento, tornando-as parte da experiência interior.
Os ensinamentos e sentimentos positivos precisam proporcionar à pessoa uma estrutura ética coerente e bem definida pela qual ela pode pautar seu comportamento e seu estilo de vida. A verdadeira espiritualidade é uma atitude mental que se pode praticar a qualquer hora, em qualquer momento da vida.
Foi assim que Dalai-Lama apresentou o último ingrediente de uma vida mais feliz: a dimensão espiritual. Estudos mostram que a espiritualidade permite suportar e até superar a dor e o sofrimento que a vida às vezes traz.
Às vezes, a fé atua com discrição em pequenas realizações; às vezes, em profundas experiências transformadoras.
Extensas pesquisas recentes parecem confirmar o fato de que a espiritualidade pode contribuir substancialmente para uma vida mais feliz. As pesquisas realizadas por gerontólogos e pesquisadores independentes concluíram que as pessoas que possuem esse senso de transcedência relatam sentir felicidade e satisfação com a vida com frequência.
A espiritualidade e a fé são indicadores de sentimentos de bem-estar e parecem ajudar os indivíduos a lidar com maior eficácia no enfrentamento de eventos estressantes e traumáticos durante o envelhecimento e podem ser benéficas para a saúde física das pessoas com enfermidades graves.
Ainda que nas tratativas com o mundo e pessoas imponham reações por eventos inesperados, mantenha a fé e a lucidez. Não importa saber o quê ou quem comanda o universo, o que importa é valorizar a vida nas altas emoções do amor, da paz e da felicidade fraterna. Essa é a função da Vida. Essa é a verdadeira espiritualidade. Essa lhe abrirá as portas para uma vida saudável, onde tudo o que se possa pensar, esteja na abundância do verbo Amar.