por Sonia Corazza
A doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti aumentou 30 vezes nos últimos 50 anos. No Brasil os surtos avançam desde 1986. Em janeiro deste ano foram registrados 103.616 casos. A região Sudeste teve o maior número de casos notificados (62.689 casos; 60,5%) em relação ao total do país, seguida das regiões Centro-Oeste (18.685 casos; 18,03%), Nordeste (9.478 casos; 9,15%), Norte (7.400 casos; 7,14%) e Sul (5.364 casos; 5,18%).
O Ministério da Saúde iniciou há tempos a campanha de prevenção para deter o avanço da doença combatendo a proliferação do mosquito transmissor. Entre as medidas de combate constam o manejo ambiental com mudanças que impeçam ou minimizem a propagação do vetor, evitando ou destruindo os criadouros potenciais do Aedes e também o controle químico, que consiste em tratamento focal para eliminar larvas e mosquitos.
Todos devem tomar providências para acabar com essa epidemia; desde a limpeza e organização de residências para evitar criadouros, até o uso, se necessário, de cortinados mosquiteiros nos quartos de dormir.
Como a natureza pode ajudar?
Muitas plantas têm poder repelente para os mosquitos em geral. Estudos etnobotânicos mostram comunidades que vivem e controlam a propagação de larvas somente com o plantio de espécies repelentes.
Os óleos vegetais e essenciais são potencialmente úteis como compostos bioativos (exercem atividade biológica ) contra insetos mostrando um amplo espectro de atividade, baixa toxicidade e degradam-se rapidamente no ambiente. Existem estudos com plantas de uso ancestral para essa finalidade, como Cinnamomum osmophloeum e Lippia citriodora.
Vou falar sobre um trabalho bem interessante que estudou profundamente a ação larvicida e repelente do óleo essencial de Mentha piperita, vejam só que interessante! Devido ao alto conteúdo em ésteres como a mentona e e mentil mentona, esse óleo essencial age como um pesticida natural. Mas as propriedades inseticidas do óleo de hortelã-pimenta não tinham sido ainda exploradas.
Hortelã pimenta contra estágios de larvas e Aedes aegypti adultos
Os ensaios de tratamento resultaram em completa mortalidade das larvas expostas ao óleo essencial – da Mentha piperita – sem qualquer surgimento de pupa ou inseto adulto. O grupo controle realizado somente com álcool etílico não mostrou qualquer mortalidade dentro de 48 horas com o desenvolvimento de larvas evoluindo em pupas e adultos dentro de 60-2 horas.
Esse estudo me deixou muito animada para formular um produto acessível seguro e efetivo para ajudar o País a se livrar dessa epidemia terrível. Vamos torcer pelos resultados!