por Renato Miranda
Não podemos mais perder tempo e tampouco negligenciar tudo aquilo que diz respeito à educação esportiva das crianças.
Se hoje 50% dos brasileiros (homens e mulheres) são considerados obesos nós poderemos projetar em um futuro não muito longínquo, um país solidamente de obesos e, por conseguinte doente.
Não há outra saída, aliada à educação alimentar saudável, o exercício físico é o instrumento que permite formar uma sociedade do futuro mais saudável. Não há melhor forma de criar consciência sobre a importância de exercitar-se do que a prática de esporte desde a tenra idade.
O esporte é por natureza, motivante, agregador e desafiador, elementos fundamentais para que a pessoa persista em prática permanente. Para tanto, há de se ter um esforço coletivo para que forjemos uma futura sociedade saudável. Embora pareça clichê ou redundância o termo saudável tem muitos desdobramentos.
Para citar alguns uma pessoa ativa esportivamente trabalha ou estuda com maior motivação e concentração. Cansa menos em suas tarefas, é mais facilmente induzida ao relaxamento, se adapta melhor às fontes estressoras diárias (tensões, exigências físicas, emocionais e outras), adoece menos e, portanto produz com eficácia, recupera rápido suas energias, dorme em sono profundo, além de gerar economia significativa no setor de saúde/médico tanto no orçamento familiar quanto nas esferas governamentais.
Esse pretenso esforço coletivo começa através do exemplo dos pais. Pais esportivamente ativos tendem a influenciarem significativamente o comportamento dos filhos em relação à prática de esporte. Além disso, geram espontaneamente uma rotina de lazer ativa e dinâmica e facilmente afastam os filhos do estilo sedentário de viver.
Por outro lado, as escolas precisam radicalmente, reorganizarem seus currículos e valorizarem a educação física como disciplina essencial para a formação de jovens e com isso, incrementar a experiência esportiva com qualidade e investir em equipamentos esportivos. A experiência esportiva significativa e que de fato ensina sobre esporte e tradição de cultura ativa e dinâmica, permite experiências inesquecíveis para crianças e jovens.
Clubes esportivos espalhados pelo Brasil, precisam reconhecer que com uma grande população juvenil ativa esportivamente, os atletas de vários esportes surgirão com maior facilidade. Assim sendo, expandir o investimento político-financeiro para além do futebol e facilitar o acesso aos mais variados esportes olímpicos é uma iniciativa inovadora e que vale a pena.
Governo federal, estadual e municipal, precisam urgentemente acreditar que sem orçamento, financiamento e aplicação de recursos realmente contundentes no esporte, o resultado será desastroso em termos sociais e de saúde.
Ou seja, sem investimento maciço em recursos humanos, construções de equipamentos esportivos de qualidade, promoção e valorização do esporte infanto-juvenil o Brasil se tornará alvo fácil dos traficantes de drogas, da violência, da hipertensão arterial e por fim do desânimo coletivo.
Associar esporte somente à competição é um erro
Quando se fala em esporte, brasileiros tendem a pensar apenas em competição e atleta de alto nível. Não é bem assim, o esporte é uma tradição a ser conquistada individualmente a fim de se criar uma personalidade dinâmica e saudável integralmente, física, social e psiquicamente. Gerar atletas de alto nível é uma parcela que não deixa de ser importante a ser preenchida, mas não é a única.
Portanto, mãos à obra, encare o conceito de esporte como tudo aquilo que se associe ao movimento, pois antes de ser uma discussão léxica é apenas uma questão de motivação: correr, saltar, lançar, dançar, pedalar, chutar, arremessar, escalar, caminhar.
Enfim pratique tudo aquilo que faça nosso corpo suar e nossa mente descobrir que há momentos que não conseguimos pensar em mais nada somente em uma das cosias mais belas da natureza humana, recheada de ritmo, harmonia e emoção: esporte.