por Renato Miranda
No artigo anterior, expliquei que mesmo em condições de alta exigência e de desempenho constante, é possível administrar o estresse – clique aqui.
Agora, recomendo três atitudes básicas e fáceis de entender, mas sofisticadas para colocar em prática, que o ajudarão a administrar o estresse:
1ª) Evite que o estresse se desenvolva de forma exagerada. Para exercitar essa atitude tente se acalmar no início do processo estressor (por exemplo, quando se sentir pressionado por algo). Não antecipe resultados negativos diante de alguma tarefa e não se esqueça que o tempo “consome” tudo, portanto, cedo ou mais tarde as demandas negativas do estresse perderão força. Ou seja, mesmo em resultados negativos concretos, com o passar do tempo, a força desses resultados negativos (frustração, tristeza, angústia, etc) se dissipará naturalmente, visto que novos desafios e vivências ocuparão o espaço dessa experiências negativas em nossas vidas
2ª) Quando em situação de estresse, aprenda a controlá-la. Esse controle requer o exercício da tranqüilidade e do relaxamento através, por exemplo, de técnicas (clique aqui) e da prática de um hobbie, procurar descansar adequadamente e não se irritar por qualquer motivo.
3ª) O estresse não precisa ser sempre considerado negativo. Relativizar os acontecimentos estressantes é um bom passo para começar. Em outras palavras, por vezes, em uma situação estressante podemos focar algo positivo ou até mesmo considerar que alguns eventos estressantes podem ser positivos, como por exemplo, a pessoa acordar uma hora mais cedo para poder se exercitar ou perceber que está mais forte psicologicamente depois de ter feito uma tarefa muito exigente.
Por último, no capítulo sobre estresse e ansiedade de nosso livro Construindo um atleta vencedor, com base em SAPOLSKI (2006), propomos como esportistas podem conviver melhor com o estresse e que reproduzo aqui, pois, serve como uma ótima analogia para nossas vidas:
Como enfrentar situações estressantes?
– Seja mais superficial. Aja como uma zebra que só se estressa diante um leão, ao usar toda sua força para fugir.
Problema dos atletas/pessoas: reproduzem as mesmas ações (estressantes) sem a presença do “leão” (qualquer de tipo de desafio ou ameaça).
Por que isso acontece?
Porque somos inteligentes o suficiente para pensar em situações estressantes, antecipá-las muito antes que elas realmente aconteçam, se é que vão realmente acontecer. Podemos supor que antecipá-las neuroticamente, quando elas nunca vão acontecer de verdade, destrói neurônios particularmente sensíveis à ação produzidos pelas glândulas supra-renais (ex. adrenalina e o cortisol – hormônios produzidos nas situações de estresse.
Solução
Atletas e treinadores (e todos nós) deveriam (mos) ser mais superficiais e menos cerebrais. Como? Paradoxalmente, sendo mais cerebrais. Como? Ao pensar científica e constantemente, o atleta/pessoa conseguirá discernir o que lhe está estressando, se é uma realidade física (motivo concreto) ou psicossocial. Se a realidade for física, o atleta pode estressar, pois isso é a garantia de sua autodefesa (Ex. um atleta quando está preste a receber uma entrada violenta no futebol). Se o motivo for psicossocial (ex. críticas da imprensa), simplesmente ESQUEÇA!