por Roberto Santos
“O que posso fazer para ter o respeito do meu chefe que usa de sua autoridade para nos humilhar e jogar em nossa cara coisa que nem é feita por ele e sim pelo patrão? Enfim, preciso do trabalho, mas não aguento mais as suas atitudes incoerentes.”
Resposta: Os chefes “mala-sem-alça” como descrevi em alguns artigos da coluna Gestão Pessoal do Vya Estelar (veja aqui), infelizmente sobrevivem no ambiente organizacional
Isso vale inclusive para aquelas empresas que fazem pesquisas de engajamento e figuram entre as Melhores para se Trabalhar. Muitas vezes por que seus chefes priorizam mais os resultados de curto prazo que esses chefes conseguem gerar, mesmo que em contradição com os valores lindos que são publicados no site ou nas paredes da empresa.
A realidade é que o movimento cultural e espiritual que deve elevar o nível das relações humanas em todos os meios ainda está engatinhando.
O conceito de sustentabilidade que deve ser aplicado não apenas aos aspectos ecológicos, mas também à comunicação e aos relacionamentos, ainda está no discurso das empresas e muito de seus RHs têm se esforçado para defendê-lo no cotidiano das relações chefe-subordinado.
Apesar desse esforço, o assédio moral continua a existir, enquanto os dinossauros que os perpetram não são extintos temos duas alternativas simples — perder o medo de meter a boca no trambone — começando com uma tentativa autêntica e bem intencionada de redirecionar os comportamentos negativos do seu chefe, indicando os benefícios que ele teria com uma mudança de atitude, passando para um segundo estágio (se o primeiro falhar e você ainda estiver no emprego) falar com o chefe do seu chefe para expor seus descontentamentos e suas expectativas, pedindo uma ação remediadora ou uma transferência.
Nessa altura, um risco de resistência da organização pode levá-la ao desligamento, o que seria a segunda alternativa das duas citadas acima.
Você pode vencer o medo e tentar mudar proativamente a situação — isso se a empresa valer a pena — ou vencer o medo e começar a buscar outro emprego enquanto trabalha e tomar você a decisão de não tolerar os comportamentos que menciona.
A terceira alternativa que é aquela que está escolhendo atualmente não me parece a mais coerente de sua parte em relação à sua saúde física e mental — aproveite que o mercado está bem aquecido e cuide de sua sustentabilidade.