por Arlete Gavranic
Não existe uma freqüência sexual desejável ou ideal, as pessoas têm desejos e ritmos diferentes em relação ao sexo.
Por que alguns casais acabam se diferenciando tanto no ritmo desse desejo?
Quando acaba a fase da paixão muitos se acomodam e investem pouco na vida sexual. Um dos fatores pode ser a maternidade que modifica a vida sexual do casal, pois passam a assumir o papel de pai e mãe. Alguns casais chegam ao absurdo de se chamarem de pai e mãe ao invés de amor, ‘benhê’ ou o próprio nome. Se ela estiver amamentando o nível de prolactina, hormônio que ajuda na produção do leite, estará alto e isso costuma reduzir o desejo sexual. Outra dificuldade e conciliar o papel de mãe e de mulher.
No caminho inverso os homens não conseguem conciliar a mulher sedutora com a figura da mãe. Esta fase dos papéis de pai e mãe pode durar dias, semanas ou até um ou dois anos.
Medicamentos
O uso de medicamentos, por exemplo, para hipertensão, diabetes, enxaqueca e antidepressivos e ansiolíticos podem diminuir o desejo sexual, dificultar a ereção e o orgasmo.
Então o que fazer? Nunca pare seu tratamento, mas converse com seu médico sobre a possibilidade de trocar por outras drogas mais modernas, que possam ocasionar menos comprometimento na esfera sexual.
Estresse
O estresse e o excesso de atividades também podem interferir no desejo sexual. Se num casal um tem um ritmo alucinante de vida e o outro mais tranqüilo, poderá haver um descompasso no desejo sexual.
Mas muitos casais apresentam diferenças de desejo independentes dessas condições citadas.
Não podemos esquecer que o hormônio masculino – a testosterona é um forte estímulo ao desejo e é constante no homem, enquanto a mulher passa por oscilações hormonais mensais que podem interferir no desejo sexual.
No lado comportamental e preciso ver se mágoas do passado estão interferindo no desejo sexual. Uma terapia de casal pode ajudar a limpar essa ‘lixeira emocional’.
Receita básica
Mas além disso, há uma receita básica, pensar em sexo, quem não pensa em sexo e não fantasia costuma ter seu desejo diminuído.
Se existe o interesse de resgatar o desejo, façam coisas agradáveis que faziam no tempo de namoro, seja no aspecto de lazer, como no aspecto sexual. Nesses casos a pessoa que tem seu desejo mais constante pode pensar:
“Vou ter que estimular o outro e ficar sem satisfação?” A masturbação e o uso de alguns acessórios sexuais podem ajudar a satisfazer esse parceiro (a) mais desejoso (a) e estimular a relação.
Se não estou a fim, devo fazer sexo para agradar o outro?
Ceder ou a idéia de sacrifício não devem estar associadas à sexualidade. Esse desejo pode e deve ser estimulado com prazer, criatividade, visando o desejo, mas não um sacrifício.
E trair, pode ser uma saída para quem tem um desejo mais constante? Trair não aproxima, mas distancia o casal. A traição não serve de justificativa. Existem outras formas dos casais buscarem reaproximar-se, sejam em grupos de terapia, em terapias individuais, mas acima de tudo conversem, pois muitos prazeres podem ser vividos mesmo nas diferenças.