por Joel Rennó Jr.
Resposta: A Síndrome ou Transtorno de Pânico apresenta uma predisposição genética, porém não é hereditário, não passa necessariamente de pai para filho.
Hoje sabemos que alguns fatores ambientais intraútero (estresse, desnutrição, infecção e outros) podem silenciar determinados genes levando futuramente a uma maior predisposição de algum transtorno mental na criança – é o que denominamos de epigenética e já discuti esse assunto recentemente no Vya Estelar – veja aqui.
Porém, sabemos que os fatores psicológicos costumam ser os mais frequentes, o comportamento de um filho pode ser “modelado” pelo comportamento ansioso da mãe. Há vários comportamentos patológicos adotados por indivíduos com Síndrome do Pânico e que podem ser “copiados” pelos filhos.
Entre os comportamentos mais comuns temos:
1º) Medo de ter medo, evitando entrar em um avião ou shopping lotado;
2º) Não trancar a porta quando entra no banheiro;
3º) No restaurante ou bar sentar perto da saída;
4º) Frequentar vários hospitais e fazer vários exames clínicos. As pessoas desenvolvem fobias e não conseguem dirigir em congestionamentos, não participam de reuniões, isolam-se dentro de casa e têm sensação de falta de ar ou engasgo quando se exercitam ou ingerem alimentos.
Claro que os filhos, atentos aos medos recorrentes do pai ou da mãe que sofre de pânico, podem mimetizar ou adotar também tais comportamentos.
Alguns medos são comuns e aceitáveis durante a primeira infância, porém os pais devem ficar atentos à evolução e se necessário buscar uma ajuda psicológica para o filho.
É importante que os pais procurem fazer o tratamento completo da Síndrome do Pânico que envolve medicamentos e psicoterapia. Com certeza, a melhora clínica e funcional do familiar vai ajudar indiretamente a criança a adotar novos comportamentos. E sempre o diálogo claro com os filhos é essencial.
Atenção!
Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracterizam como sendo um atendimento. Dúvidas e perguntas sobre receitas e dosagens de medicamentos deverão ser feitas diretamente ao seu médico psiquiatra. Evite a automedicação.