por Rosemeire Zago
Recebi muito e-mails de pessoas contando seus sofrimentos, e apesar de serem diferentes em seus conteúdos, todos contêm algo em comum: a dificuldade em encontrar paz e alegria no relacionamento afetivo.
É preciso entender que não há receita pronta para acabar com o sofrimento, seja ele qual for. É preciso sim muita análise para entender como tal situação se formou. É importante se lembrar de manter sempre o diálogo interno, ou seja, conversar muito consigo mesmo.
Tudo que nos acontece tem uma mensagem, é preciso entender qual o significado do que acontece para você.
As pessoas se queixam por diversos motivos, mas poucas se dão ao trabalho de se aprofundarem na busca das causas daquilo que sentem e dos motivos que alegam sofrer. Por exemplo: dizer que se sofre por uma doença. Sim, a doença é algo que traz sofrimento e é real, não duvido disso, mas qual a causa oculta e inconsciente que o fez ficar doente? Um trabalho que não gostava? Um relacionamento insatisfatório, destrutivo? Um padrão repetitivo de comportamento?
Abaixo segue mais alguns motivos que nos fazem sofrer:
Causas do sofrimento
Continuando com o exemplo citado acima, qual a mensagem que a doença pode estar trazendo? Essa é a verdadeira pergunta! É ela quem vai dar sentido a tudo que acontece com você ao trazer uma maior compreensão e aprendizado. Mas as pessoas nem sempre estão dispostas a conversar consigo mesmas para identificar as possíveis causas do sofrimento, muitas até preferem manter a constante lamentação, como se não percebessem o quanto estão limitadas apenas a viver isso, sem crescimento, sem vida!
Sofremos por crenças aprendidas e não atualizadas
Por que somos teimosos em insistir em algo que se mostra nos fazer mal? O que é pecado? Bom e mau? Certo e errado? Belo e feio? As crenças podem, e devem, ser contestadas e principalmente, atualizadas. Muitas vezes ficamos presos a padrões de comportamentos que nos foram ensinados há muitos anos atrás e de que nada servem a não ser nos aprisionar a comportamentos daquela época. Crenças nada mais são que conceitos que aprendemos em alguma época da vida, e sem questioná-los, levamos adiante. Crenças aprendidas muito cedo, quando ainda somos crianças, mas que por terem sido repetidas infinitas vezes, registramos como verdade absoluta. Por exemplo, que sexo é pecado, que dinheiro é sujo. Quais são as crenças que o fazem sofrer?
Sofremos por rigidez
Quem faz as coisas de modo fixo, sempre de determinada maneira e ainda impõe que outros façam igual, faz a todos sofrerem. Quais são as regras a serem seguidas? Quem as ensinou? Examine sua própria rigidez. Será que espera ou exige que tudo seja feito a sua maneira? A rigidez pode chegar a ser paralisante. Nem sempre é fácil mudar, mas quando a própria pessoa se permite se soltar e agir de modo espontâneo, tudo pode mudar mais facilmente. Devemos lembrar que a rigidez cabe a pedra; ao homem, a flexibilidade.
Negação da realidade
Queremos, quando não exigimos, que as pessoas e situações sejam ou aconteçam conforme nossas próprias necessidades e expectativas, apenas porque temos dificuldade em aceitar a realidade como se mostra. O conflito surge quando esperamos que o mundo, as pessoas, sejam de determinada forma e descobrimos que não são como desejamos, ou ainda, como insistimos que sejam. E pode desaparecer quando vemos a realidade como ela verdadeiramente é.
A verdade é de cada um, deve ser respeitada, mas não podemos negar a realidade. Quando não aceitamos a realidade e insistimos em negá-la, com certeza isso trará muito sofrimento. Qual é a realidade que você se nega em aceitar?
Preconceito
Por qual motivo condenar a maneira de ser de outra pessoa só porque você não concorda ou é diferente? O preconceito está relacionado com julgamento, rótulos, rigidez em seu próprio modo de pensar e agir.
Julgamentos
O que o faz julgar algo ou alguém? É evidente que não estou me referindo a crimes, ou situações afins. Não é preciso julgar as pessoas e situações como boas ou más, mas considerar tudo como parte do aprendizado.
Julgar e rotular não fazem bem a ninguém, seja qual for. Quem não se lembra de um simples apelido recebido na infância e que o fez sofrer por anos?
Temos dificuldade em identificar os próprios sentimentos e como queremos quantificar, medir ou julgar o que o outro sente, se muitas vezes não conseguimos expressar sequer o que nós sentimos?
É importante lembrar que todos estão em constante processo de aprendizagem, claro que em diferentes níveis, o que não nos dá o direito de julgar quem ou o quê seja.
Não perca a oportunidade de experimentar e vivenciar esse momento da vida de maneira gratificante e feliz. Qualquer que seja sua realidade, aquilo que está enfrentando e experimentando neste momento, pode ser transformada em aprendizado, ainda que seja o décimo acontecimento semelhante. Se algum fato insiste em acontecer, por algum motivo, ainda deve ter algo a aprender. Pergunte-se qual o aprendizado. E ouça sua resposta.