por Lilian Graziano
Impus a mim mesma o desafio de escrever um livro sobre Psicologia Positiva, e deparei-me com um material muito próximo do que gostaria de publicar, no conjunto dos textos que escrevo há anos para a revista Psique Ciência & Vida, da Editora Escala, em uma coluna mensal.
Ali falei sobre tudo o que circunda o universo dessa abordagem que estudo e pratico. E como são crônicas, elas têm, também, muito de minha vida, meu humor, meu cotidiano entrelaçado às minhas experiências com a Psicologia Positiva.
Foi muito prazeroso reler esse material para compor o livro, perceber como pontos de vista se complementam, se reforçam, e a mensagem implícita em cada um dos escritos.
Ainda que, em uma comparação, eu tenha analisado textos de épocas diferentes, que comentavam pontualmente eventos relacionados ao momento, percebo que os diversos escritos me levaram (e provavelmente levaram o leitor) a lugares muito próximos uns dos outros, locais em que residem as minhas convicções, vizinhas, partilhantes de um mesmo quintal: a crença na possibilidade de ser feliz.
Evidenciou-se, assim, a proposta do livro. Partindo dos tais escritos, escolhi dar forma à publicação com uma síntese desse “quintal” comum de meus achados, que pudesse revelar ao leitor um insight em seu próprio caminho rumo à felicidade.
“Só a beleza salvará o mundo”, disse uma vez Dostoiévski, sem se dar conta de tamanha sabedoria contida nessa frase, elevando o conceito de beleza para outros patamares que não estéticos ou visuais. E foi partindo do texto que comenta essa citação, de coisas belas que descrevi, das mensagens positivas, capazes de provocar emoções positivas e aprendizados significativos para um desenvolvimento pleno, que organizei o livro (em fase de finalização). Foi quando me dei conta, também, de tamanha semelhança desse processo com minha própria vida.
Os textos, reunidos assim, com um claro objetivo, confundem-se com o objetivo de minha própria existência. Pois é cercada de beleza e felicidade que quero estar, que pretendo que se encontrem meus pacientes e alunos, assim como procurei “cercar” o leitor com meus artigos recheados desse explícito recado.
Penso, ainda, que, sendo assim, esse livro é, a partir das diversas situações cotidianas que narro, para fazer o leitor escrever o seu próprio “livro”, editando-o com um foco ajustado em uma vida mais feliz. Afinal, a vida é mesmo como uma publicação: é possível tomar as rédeas da edição, fazer com que os escritos tenham significado relevante, escolher as imagens e, ao longo de todas as páginas (e não só ao final), pode-se exprimir uma mensagem positiva.
Escrever livro poderá ajustá-lo para uma vida mais feliz
Desse modo, recomendo que, a partir de meus escritos, ou de outros, edite seu próprio livro – reescreva as partes, crie novos capítulos, publique o que for bonito, consistente, educativo, o necessário para motivar quem o cerca e até mesmo você, leitor, escritor de sua própria história. O resto é material que se usa no aprimoramento da escrita de nossa própria jornada, não tem outra função senão a de nos ensinar a escrever.
Lembre-se, ainda, que nenhum escrito é ruim: uma boa edição e capítulos interessantes intercalados aos mais dramáticos contam fortemente para um bom balanço geral da obra. Uma história feliz, bem-sucedida depende da arte de seu escritor em assim contá-la. E de ninguém mais.