por Thaís Petroff
Recentemente, uma pessoa que atendo, e em recuperação de uma síndrome de burnout (estresse causado pelo trabalho), me disse após retornar de suas férias:
– Não adianta ir para um lugar tranquilo se você leva sua cabeça intranquila.
Ela tem toda a razão! Viajar ou ir para onde for irá modificar o ambiente externo e pode até auxiliar retirando a pessoa dos estímulos incômodos, mas se não houver também um trabalho de mudança interna, "o inferno" irá junto com você para onde você for.
Quantas e quantas pessoas atualmente apresentam sintomas de ansiedade: estão com a cabeça cheia de pensamentos em boa parte do tempo; apresentam taquicardia e inquietude física e mental; têm dificuldade em se focar; têm cansaço constante; sentem-se angustiadas etc. Tudo isso é fruto da "pré-ocupação".
Não adianta tentar fugir dos problemas indo para longe, se você não rever seu modus operandi. Sem isso ser feito, você continuará na companhia das mesmas percepções e sentimentos, já que os levará com você. Faz-se necessário desapegar-se da maneira de "interpretar" e fazer as coisas que te fazem mal. Enquanto o olhar interno for o mesmo, pouco mudará.
Um novo olhar para sua mudança interna
– rever o grau de importância que você dá para o trabalho, família, relacionamento amoroso ou filhos;
– rever a urgência com que você acha que precisa resolver as coisas;
– rever o peso que acontecimentos passados ainda têm sobre você;
– rever sua rotina e hábitos diários;
– rever se suas escolhas sobre a maneira de enxergar a vida estão sendo úteis e saudáveis para você.
Se há sofrimento, há algo errado ou pelo menos algo que precisa ser aprendido.
Às vezes precisamos de ajuda de outros para podermos ter insights sobre como ver as coisas de outra maneira, para poder modificar uma crença quem nos acompanha há tempos; para podermos nos "des culpar" (tirar a culpa) sobre algo…
Não permita se acomodar no "a vida é assim mesmo". Temos a opção e a possibilidade de sermos felizes mas, para isso, mais do que mudarmos as circunstâncias externas, precisamos modificar a nós mesmos. As mudanças externas acontecerão como consequência de estarmos diferentes e não permitirmos ou escolhermos mais determinadas coisas. Acredite em você e desapegue-se do que te faz mal!
Portanto, não busques mudar o mundo, mas escolhe mudar a tua mente sobre o mundo.
A percepção é um resultado e não uma causa.