Por Ângelo Medina
Mal acaba de ocorrer a intervenção federal no Rio de Janeiro, e a vereadora e socióloga mais atuante em defesa dos direitos humanos, que lutou para igualar as pessoas, é brutalmente executada.
Mesmo assim, a voz de Marielle Franco (38) não se calou, e ecoa não somente no coração de seus 46 mil eleitores, mas em coro, em todos os cantos do Brasil, através de protestos e homenagens.
Em Juiz de Fora não foi diferente, segundo organizadores, cerca de 700 pessoas se encontraram em frente à Câmara Municipal e seguiram em passeata pelas ruas do Centro. Exigir rigor na apuração do assassinato da vereadora foi o objetivo dos manifestantes.
O mesmo se repetiu nas redes sociais por todos e por profissionais de diversas áreas. O Diretor de Redação da revista Época, João Gabriel de Lima escreveu em sua timeline no Facebook: “Em épocas diferentes, assassinatos de parlamentares foram tristemente comuns em países como Colômbia ou México. São crimes contra a democracia. Cabe à Justiça brasileira investigar a fundo e punir exemplarmente os culpados pelo assassinato de Marielle e Anderson, para que a coisa pare por aí.”
Anderson Pedro Gomes, era o motorista da vereadora, um pai amoroso, de um filho de um aninho. Seu nome já sumiu nas estatísticas: "A dor é maior. A revolta é claro que eu sinto, mas a gente acaba se acostumando. No final das contas, é mais um. É uma frase clichê, mas é isso”, diz a esposa Agatha Arnaus Reis.
Conselho Regional de Psicologia (SP), repudia o assassinato:
Nota do conselho:
Marielle Franco, mulher, preta, periféria, vereadora e militante de Direitos Humanos, foi brutalmente executada à tiros no Estácio, na região central do Rio de Janeiro.
Marielle foi a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro nas últimas eleições e vinha denunciando o genocídio da juventude negra e as ações violentas da Policia Militar nas regiões periféricas da capital.
A vereadora havia se tornado recentemente relatora da Comissão que acompanha a Intervenção Federal no Rio de Janeiro. No último dia 10 de março, quatro dias antes de ser assassinada, ela denunciou em sua conta no Facebook a violência do 41º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro no Acari, comunidade na zona norte do Rio de Janeiro.
O Conselho Regional de Psicologia de São Paulo se posiciona em defesa dos Direitos Humanos e exige do Estado brasileiro a investigação imediata desta barbárie.
O assassinato de Marielli não é somente um atentado ao Estado Democrático de Direito. É um atentado à mulher, neste mês em que é homenageada por conta do Dia Internacional da Mulher; um atentado aos negros, gays, pobres. Um acinte à intervenção federal, à Segurança Pública e, principalmente, a todos nós brasileiros que praticamos o bem.