por Karina Simões
Mudanças e dúvidas sempre batem à nossa porta. E muitas vezes perturbam o equilíbrio e até nosso discernimento.
Quando se percebe mudanças a caminho, é preciso estar aberta para enxergá-las e aceitá-las.
Mudar não é tarefa fácil. E permanecer onde está nos deixa inconscientemente na cômoda zona de conforto. Afinal, somos seres feitos de hábitos, como nos ensinou o psicoterapeuta Barry Michels.
Em meu consultório, costumo orientar que sempre há duas saídas básicas para as crises, sejam existenciais ou não: mudança ou aceitação. Se pensarmos, boa parte de nossas decisões no dia a dia nos coloca nessa encruzilhada: aceitação x mudança.
Mudança
É possível efetivá-la quando vislumbramos a esperança de algo novo, mesmo vinda acompanhada pelo medo do desconhecido. Porém, há a magia e o encantamento do renascimento de um novo dia e de uma nova espera. Mudanças geram resistência e o novo gera insegurança.
Mudanças nos transportam ao autocrescimento, como disse a sábia poetisa e contista Cora Carolina (1889-1985): “… se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves da alma”.
Aceitação
Muitas vezes é necessário generosidade e compreensão – inclusive consigo mesma para não sofrer – para poder acolher o outro e aceitar uma situação, na qual a mudança não depende apenas de nós, mas também de uma atitude do outro.
Está muito difícil mudar? Dê um pequeno passo de cada vez.
Pequenos voos nos dão asas e coragem para podermos alçar grandes voos.
O medo nos aprisiona e não nos permite mudar. A coragem e a esperança do novo nos conduzem a uma mobilização pela mudança.
O desconforto e a insegurança fazem parte do processo de viver. A vida e o movimento nem sempre oferecem uma zona de conforto. Portanto, é bom lembrarmo-nos do que o grande filósofo Heráclito (aprox 535 a.C. – 475 a.C.) já nos antecipava com os seus ensinamentos: “Nada é permanente, exceto a mudança”.