Não há resposta certa ou errada para essa situação. Será que o julgamento dos outros atrapalharia tanto a sua vida amorosa?
E-mail enviado por um leitor:
“Tenho um relacionamento há mais de três anos e tenho vergonha dela, porque acho-a feia. Não consigo sair com ela de mãos dadas, gosto muito do sexo que fazemos, gosto de compartilhar minhas conquistas e problemas com ela, mas não consigo assumi-la. Fico pensando na opinião dos outros, da ex-esposa, dos meus filhos, dos amigos. Estou numa crise interna terrível e vejo que isso pode me adoecer! Não sei se isso é imaturidade emocional, mas tenho que me posicionar, pois a situação está ruim pra nós dois. Já acabei a relação várias vezes, mas sempre voltamos, porque gosto de sua companhia e dividir as coisas com ela. O que fazer? Acabar e tentar esquecer tudo ? Pois sinto que estou prejudicando-a também! Agradeço se puder me responder.”
Resposta: O conflito entre nossas escolhas pessoais e nossas escolhas sociais é bem frequente. Nem sempre o que é bom aos olhos da sociedade é bom para cada um de nós…
Levando-se em conta a questão da beleza feminina, a sociedade diz assim aos homens: “se você é uma pessoa bem-sucedida socialmente, um bom provedor, um homem de poder, relativamente bonito, você pode, – e deve! – escolher uma mulher à sua altura, (esteticamente falando); afinal, você pode e merece!”. Traduzindo em miúdos é esse o recado que você recebe da sociedade para ser bem aceito. A antiga ideia tribal de que a fêmea mais “bonita” escolhe o macho mais poderoso. Que ainda persiste hoje…
Mas nem sempre a mulher mais bonita é a que todos os homens querem para uma relação mais profunda. Muitos homens temem que a mulher mais bonita, por ser mais cobiçada, possa trair com mais facilidade. Outros pensam na beleza feminina em termos da prole: mulheres bonitas gerarão filhos bonitos (Será? Nem sempre…). Outros, mais realistas, sabem que a beleza é passageira e fazem suas escolhas por características mais duradouras como inteligência, bom senso, afetividade etc.
Você, talvez, possa estar nesse grupo, mas ainda se preocupa com o julgamento dos outros…
Você pergunta: o que fazer?
Não existe resposta correta ou errada para essa situação. Você tem que optar entre assumir e aceitá-la do jeito que ela é, ou terminar e começar uma nova busca por alguém mais atraente fisicamente e correr o risco de acertar ou errar na próxima escolha. Para isso tente entender o seu perfil psicológico. Pelo que descreve, terminar relacionamentos não é fácil para você: afinal você já terminou mas voltou várias vezes. Assim, caso entre em um próximo relacionamento sua tendência provavelmente, a não ser que encontre a mulher dos seus sonhos, será a de encontrar algum outro defeito que coloque você em dúvida e o leve novamente a uma situação parecida com a que se encontra atualmente.
Assim, como é você que vai te que resolver, tente fazer uma lista das características que são importantes para você num relacionamento amoroso. Isso apenas para sua orientação, uma vez que os encontros amorosos têm muito de circunstancial e não dá para “encomendar” a namorada ideal.
Por outro lado, tente imaginar como seria seu futuro ao lado da namorada que tem: será que o julgamento dos outros atrapalharia tanto a sua vida amorosa? Será que sua autoestima seria tão prejudicada pela aparência da sua companheira? Se você sente atração por ela e o sexo funciona entre vocês, será que a opinião dos outros deve interferir?
Enfim, tente tomar sua decisão de forma mais consciente. Se optar por terminar, assuma sua decisão como uma ambição maior, uma tentativa de chegar mais perto de uma mulher mais “completa” do que a que tem; se resolver assumir sua namorada, faça isso de cabeça erguida, consciente de que sua escolha preencherá algumas de suas necessidades, mas não outras e tente, sempre, cuidar e ter orgulho de suas conquistas. Afinal, tentar se afeiçoar e aperfeiçoar o que se tem é melhor do que ficar lamentando eternamente o que não se conseguiu.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.