por Marcelo Toniette
“Sou casada há 24 anos e nunca vivi bem com meu marido, até então só conhecia ele como homem. Agora tenho um amante e ele é muito carinhoso e atencioso comigo, não consigo mais manter relações com meu marido. O que faço?”
Resposta: Lendo a sua mensagem fico imaginando como é não viver bem com uma pessoa por 24 anos. Você não percebeu isso apenas agora, não é? Espero que ao menos você tenha consciência daquilo que a mantém motivada para continuar esse tipo de relação por tanto tempo.
Você já percebeu que já deu um sentido para o que fazer com sua vida afetiva e sexual? A saída encontrada foi de iniciar um relacionamento extraconjugal com alguém que é carinhoso e atencioso com você e manter um casamento pelo visto de aparências. Você tem todo o direito de escolher aquilo que lhe convém na sua vida desde que não invada os direitos de outrem.
Veja se já não está na hora de você localizar-se na situação, identificar como se sente e aquilo que é possível fazer no contexto em que vive. Coloque-se também no lugar das pessoas envolvidas nessa história. Pergunte-se até onde quer chegar e de como você se disponibiliza viver a sua vida. Está mais do que na hora de você tomar posse de sua vida e assumir suas escolhas. Toda e qualquer escolha gera conseqüências. Vale lembrar que não escolher, por si só, é uma forma de escolha. Dentre as escolhas que fez, você vivência a conseqüência da pouca disponibilidade de relacionar-se com seu marido e acobertar a sua vivência afetiva e sexual.
“O que fazer?”, é a sua pergunta. Lamento não ter condições de responder à sua pergunta sobre esse lugar que você se colocou. Confesso que, mesmo que eu tivesse condições, jamais lhe diria o que fazer, pois eu estaria sendo cúmplice para que você continuasse nesse estado de não-escolha, mantendo aparências. Não que o manter as aparências não seja uma escolha possível, mas desde que você assuma, ao menos para si mesma, essa condição.
Voltando à sua questão sobre “o que fazer”, apenas você poderá dar a resposta, pois é somente você que vivenciará as conseqüências das suas escolhas. Depois que fizer a sua escolha do que quer para si, esforce-se para apropriar-se dessas escolhas da forma mais responsável possível.
Atenção!
As respostas do profissional desta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um profissional de psicologia e não se caracterizam como sendo um atendimento