por Jocelem Salgado
Consumo de agrião previne certos tipos de câncer, principalmente do aparelho digestivo O agrião comum ou de poço (Nasturtium officinale) pertence à família das crucíferas. Frequentemente nas fontes, regatos, solos encharcados, cresce espontaneamente, mas é cultivado em alguns locais.
Pode confundir-se com o Sium Latifolíum, planta tóxica que também se dá nos cursos de água.
As folhas recolhidas antes da floração empregam-se cruas para saladas. Secos, os agriões têm um sabor indefinido.
É originário do Sudeste Asiático, apresenta um baixo valor calórico – cerca de 28 calorias em cada 100 g – e oferece vários nutrientes que garantem o bom funcionamento do corpo humano. Entre eles podemos destacar o elevado teor de betacaroteno, um antioxidante natural. Além disso, o agrião possui grande quantidade de vitamina C e vitaminas do complexo B.
O agrião é um vegetal crucífero rico em antioxidantes, bioflavonoides e outras substâncias que protegem contra certos tipos de câncer, principalmente os do aparelho digestório. Esse vegetal verde, como já citado acima, é também uma fonte de vitamina A (na forma de betacaroteno, sua substância precursora) e de vitamina C, antioxidantes que protegem contra danos nas células provocados por radicais livres, moléculas instáveis produzidas na queima de oxigênio pelo organismo.
Uma única xícara de agrião picado fornece 1.600 U.I. de vitamina A, aproximadamente 15mg de vitamina C e valiosas quantidades de cálcio, ferro e potássio, mas contém menos de cinco calorias. Além de seu potencial como antioxidante, o betacaroteno também é amplamente conhecido pelos benefícios à visão noturna.
Evidências apontam que o estresse oxidativo em sistemas biológicos, resultante do excesso de espécies reativas de oxigênio (excesso de radicais livres) pode causar disfunção da membrana celular e danos no DNA. Muitas doenças degenerativas, doenças cardiovasculares, câncer, diabetes e declínio do sistema imunológico envolvem esse dano celular, evidenciando que a incidência dessas doenças é possivelmente causada pelos radicais livres.
Compostos antioxidantes como o beta caroteno e a vitamina C desempenham um papel crucial na prevenção dessas patologias, atuando como eliminadores de radicais livres, diminuindo assim a extensão dos danos oxidativos. Além de seu potencial como antioxidante, o betacaroteno também é amplamente conhecido pelos benefícios à visão noturna.
O agrião também tem uma considerável quantidade de sais minerais, entre eles podemos destacar o enxofre, fósforo e ferro, importantes para a formação de ossos e dentes, para a produção de glóbulos vermelhos do sangue e para evitar a fadiga central. Adicionalmente, o talo crocante tem alto teor de iodo que é fundamental para garantir o bom funcionamento da tireoide. Além disso, como todos os crucíferos, o agrião é rico em fibras que regulam as funções do intestino.
Alguns vegetais estão sendo estudados atualmente por possuírem ação anticarcinogência e quimiopreventiva ou seja, previnem o câncer induzido por substâncias químicas. Os vegetais que possuem esse tipo de ação benéfica ao organismo são os componentes da família das brássicas. Enquadram-se nesse grupo os seguintes alimentos: agrião, couve-flor, repolho, brócolis, couve-manteiga, couve de bruxelas, couve-rábano, couve-tronchuda, couve-chinesa, mostarda, nabo, rabanete e rúcula. Entres os compostos bioativos dessas hortaliças estão os glicosinolatos e S-metil-cisteína-sulfóxidos.
Substâncias que se formam a partir desses compostos são capazes de produzir o efeito de prevenção do câncer. Os isotiocianatos e outros compostos são formados a partir dos glicosinolatos, através da ação de uma enzima chamada mirosinase presente nesses vegetais. Seu mecanismo de ação é inibir enzimas capazes de ativar carcinógenos e de induzir enzimas que contribuiriam para a eliminação desses carcinógenos pelo organismo. Sendo assim, os alimentos da família Brassicaceae devem ser consumidos frequentemente, para que, além de nutrir, possam fornecer substâncias importantes para a prevenção de câncer.
Portanto, os estudos indicam que as propriedades anticarcinogênicas têm sido atribuídas ao alto conteúdo de glicosinatos encontrado nesses vegetais.
Os praticantes da medicina alternativa recomendam o consumo de agrião para aliviar distúrbios gastrointestinais, problemas respiratórios e infecções do trato urinário.
Alguns afirmam que o agrião age como leve antidepressivo, como estimulante do apetite e como diurético. Recomenda-se aplicar o seu sumo para amenizar a acne. Porém, esses benefícios ainda não foram comprovados.
A melhor maneira de consumir esse vegetal é na forma crua ou pouco cozida, porque assim as vitaminas e as substâncias anticancerígenas podem se manter intactas e atuar no organismo.
O calor destrói uma enzima (mirosinase) importante para a quebra dos glicosinatos, substância anticarcinogênica presente na hortaliça. Portanto, recomenda-se que esse vegetal não seja cozido. Se não for ingeri-la crua, opte por métodos mais brandos de processamento térmico como o cozimento no vapor, o escaldamento e o micro-ondas. A dica é escaldá-lo em água fervente, preservando dessa forma seus nutrientes e substâncias funcionais
Como comprar e servir o agrião
Normalmente o agrião é vendido fresco, em maços. Na hora de comprar, procure os de folhas firmes e de um tom verde intenso, evitando os de folhas amareladas ou murchas.
O sabor picante do agrião combina muito bem com os sabores cítricos. Use um molho levemente cítrico nas saladas verdes com agrião ou para obter uma salada de frutas refrescante, misture-o com fatias de laranja.
Refrescante
O agrião cresce à beira de riachos, e a melhor época de colheita é o início da primavera. Deve ser bem lavado para remover quaisquer germes patogênicos (que causem doenças).