por Thaís Petroff
“Excesso de expectativa é o caminho mais curto para a frustração”
Martha Medeiros (jornalista e escritora)
Inúmeras vezes ficamos tristes ou frustrados por causa do comportamento de outra pessoa.
Essa age de modo diferente do que esperávamos, deixando de fazer algo que gostaríamos. Assim nosso humor se modifica em função de algo que está alheio ao nosso controle: a escolha de outrem.
Por outro lado, só nos frustramos porque criamos expectativas com relação ao outro, imaginando o que esse “deveria ou não fazer”. Dessa forma abrimos mão de ficarmos bem ou não; uma vez que passamos a depender de algo externo a nós. Olhando por esse ângulo, somos nós os responsáveis pela nossa frustração, pois entregamos o poder ao outro de nos fazer sentir “assim ou assado”.
A frustração é então diretamente proporcional à expectativa que depositamos sobre uma situação ou pessoa.
É possível viver sem expectativas?
O que muitos devem se perguntar é o seguinte:
É possível viver sem criar expectativas?
Praticantes e mestres de algumas religiões e filosofias apontam que sim. Que quanto mais focarmos e vivermos o presente, tanto menos criaremos expectativas quanto ao futuro. Mas será que isso é viável numa sociedade em que se cobra planos futuros, metas, realizações e prazos? Ou seja, tudo acertado pra ontem.
Penso que no atual modo de se viver a ansiedade (antecipação do futuro) é algo presente na vida de todos. Vivemos contra o tempo, correndo, de modo a tentar vencê-lo. Com essa mentalidade, buscar antecipar o futuro, criar inúmeros planos e metas em geral nos leva a depender dos outros e dos acontecimentos. Acabamos caindo nessa rede de forma automática no nosso dia a dia.
Para nos organizarmos externa e internamente, criamos ideias ou padrões de como as coisas devem ser (e isso inclui como as pessoas devem se comportar) e seguimos tentando encaixar tudo nessa historinha. O resultado? Em alguns casos a realização, em outros a frustração. Não há como prever. Cabe a você a decisão sobre o modo de vida que melhor lhe convém.