Alimentação para cada fase de vida da mulher

por Jocelem Salgado

Menos massa muscular, mais gordura do que os homens e metabolismo mais lento. Essas são as características mais comuns, principalmente depois dos 40 anos encontradas na mulher moderna. Por isso uma alimentação saudável e que atenda as necessidades de cada fase da vida, levando em consideração as mudanças hormonais durante a fase adulta, é fundamental para uma boa saúde.

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Na fase adulta a mulher se depara com a menstruação, uma etapa em que os hormônios que interagem com o período menstrual são os responsáveis por regular o comando cerebral da fome e até do humor. As variações de humor, apetite e libido – a famosa TPM – fazem com que a mulher se sinta numa verdadeira montanha russa, por isso uma alimentação que entre de acordo com essas variações e que ainda tenha baixa caloria é o ideal para esse período.

O consumo de fibras de aveia, soja, germe de trigo, castanha de caju, gergelim, linhaça, saladas, legumes e frutas facilitam a digestão, melhoram o funcionamento do intestino e ainda auxiliam na inibição do apetite. As fibras são ótimas alternativas para amenizar o inchaço típico desses dias e chás como os de hibiscos e aqueles extraídos das folhas da Camellia sinensis como os chás verde, branco, vermelho e até o amarelo – novidade no mercado – são também ótimas opções para a ocasião, pois possuem efeito diurético.

A partir dos 30 anos de idade a produção de colágeno, que representa 25% de toda proteína do organismo humano, começa a diminuir. Com a chegada da maturidade, a deficiência de colágeno começa a ser notada com a diminuição da elasticidade da pele, o aparecimento de rugas e o aumento da fragilidade articular e óssea. Mais uma vez, por meio de uma alimentação equilibrada, é possível repor essa perda. Os alimentos de origem animal como carnes vermelhas são excelentes fontes de proteínas e colágeno, mas, aliado à alimentação é necessário também iniciar o consumo de suplementos à base de colágeno.

Estudos conduzidos em conceituadas instituições de pesquisa mostram que o uso do colágeno hidrolisado, que é extraído industrialmente dos ossos, peles e tendões de animais, é capaz de estimular a produção do colágeno natural. A utilização de suplementos contendo de 8 a 10g de colágeno hidrolisado por dia é capaz de melhorar a elasticidade e hidratação da pele, além de dar força para as articulações.

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A próxima fase, muitas vezes traumática na vida da mulher, é a menopausa. Esse processo significa muitas mudanças hormonais para o organismo e para a vida.

Para algumas mulheres ela acontece sem sintomas, mas na maior parte das vezes a reclamação universal são as ondas de calor, perda da libido e alteração de humor.

Para àquelas que não podem ou não querem realizar nenhum tratamento hormonal para minimizar esses sintomas, a alimentação equilibrada associada à prática de uma atividade física regular também são fortes aliados.

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Uma alternativa importante para essa fase foi testada recentemente em um estudo realizado pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp que comprovou a eficácia de um alimento à base de soja, já disponível no mercado, com o nome de Previna. A pesquisa mostrou que o alimento aliviou em 65,4% sintomas como ondas de calor e 40% dos problemas musculares e de articulações, além de considerável melhora na secura vaginal. O mesmo resultado foi obtido com o uso da terapia hormonal. A pesquisa está disponível no site www.estudosojamenopausa.com.br.

Os estudos atuais mostram que a soja, além de ser um alimento de excelente valor nutricional e possuir proteínas que ajudam no controle do colesterol, é rica em isoflavonas que apresentam uma estrutura química semelhante ao estradiol (o principal hormônio estrogênico da mulher e que entra em baixa durante a menopausa). Por isso, as isoflavonas atuam sobre os receptores de estrogênio espalhados no corpo da mulher, trazendo alívio para alguns sintomas, especialmente as ondas de calor. O alimento testado, além de conter proteínas e isoflavonas da soja nas quantidades indicadas pelos estudos clínicos, é rico em cálcio, oferecendo 50% das necessidades diárias por porção.

Vale ressaltar que é importante sempre contar com o auxilio de um médico que possa orientar o tratamento mais adequado.

Alimentação em cada fase da vida

Dos 20 – 30 anos: não existe perda de massa óssea, colágeno, e a mulher precisa apenas controlar o peso e as variações de humor devido muitas vezes aos problemas de TPM. Nessa fase é comum também a ocorrência de anemia. Além de uma alimentação saudável, indicamos o consumo de alimentos saudáveis como laticínios desnatados, carnes magras, cereais integrais, hortaliças e frutas, além de chás como os derivados da Camellia sinensis e hibiscus. Para prevenir ou controlar a anemia, a orientação é consumir alimentos ricos em ferro (carnes vermelhas, feijão, folhas verde escuras, beterraba) combinados com sucos ricos em vitamina C.

Dos 30 – 40 anos: começa haver a diminuição de colágeno, uma das grandes preocupações das mulheres. A reposição pode ser feita com colágeno hidrolisado. Indica-se também o consumo de alimentos ricos em vitamina C para melhor produção dessa proteína, além de alimentos protéicos de origem animal, como as carnes vermelhas magras. Para ajudar no funcionamento do intestino, controle do colesterol e saciedade, uma ótima dica é consumir a farinha de linhaça dourada.

Dos 40 – 50 anos: a perda de colágeno se acentua e, além disso, inicia-se o processo de redução da produção de estrogênio. O metabolismo torna-se mais lento e a chance da mulher adquirir mais peso é maior, principalmente na região da cintura-quadril. Ela passa a ter menos massa muscular. Nessa fase, além do colágeno hidrolisado e alimentos ricos em fibras e cálcio, sugere-se o consumo de alimentos derivados de soja, ricos em isoflavonas. Caso a mulher já apresente irregularidades menstruais e alguns sintomas indesejáveis, indica-se alimentos desenvolvidos com a finalidade de funcionarem como coadjuvantes do tratamento.