por Patricia Davidson Haiat
Os ácidos graxos chamados de insaturados são representados pelas séries ômega 3 (alfalinolênico, eicosapentaenoico – EPA e docosahexaenoico – DHA), ômega 6 (linoleico e araquidônico) e o ômega 9 (oleico), a tão conhecida gordura monoinsaturada e que será tema de nosso texto.
Os ácidos graxos monoinsaturados estão relacionados a níveis de triglicerídeos mais saudáveis, além disso também ajudam na diminuição dos níveis de colesterol total sanguíneo, LDL (colesterol ruim) e ainda aumentam o HDL (colesterol bom).
Esse tipo de gordura está presente no azeite de oliva, azeitona, oleaginosas (castanhas, amêndoas e nozes), óleo de canola e abacate, isso mesmo, a fruta que a anos foi deixada de lado por ser muito “gordurosa”, volta com status de superfruta no combate ao colesterol. Esse efeito se deve ao seu bom conteúdo de fitoesteróis, substâncias que auxiliam na eliminação do colesterol e na também na diminuição da circunferência abdominal. Só não vale comer o abacate inteiro ou enchê-lo de açúcar. Coma de 2 a 3 colheres de sopas diárias com gotinhas de limão ou faça um creme batendo com 100ml de suco de abacaxi natural.
Outro alimento muito estudado, rico em ômega 9 e que faz parte da famosa dieta mediterrânea é o azeite de oliva extra-virgem. O consumo regular ajuda no combate ao colesterol total e ruim (LDL) e como o abacate também aumenta o bom (HDL). Além disso, é altamente anti-inflamatório por fornecer uma boa carga de antioxidantes ao corpo, o que pode reduzir a oxidação através da inibição da *peroxidação dos lipídeos, fator que está envolvido nas doenças coronarianas, no câncer e no envelhecimento.
A partir da descoberta desses benefícios, as pesquisas se multiplicaram. Em 2005, cientistas do Monell Chemical Senses Center e colaboradores das universidades da Pensilvânia e de Ciências da Filadélfia, descobriram a presença de um agente natural anti-inflamatório, chamado de oleocanthal.. Ele atua inibindo a atividade da ciclo-oxigenase (COX), poderosa enzima envolvida no processo inflamatório, e que pode ajudar na prevenção de doenças do coração, por exemplo.
Outro estudo, esse coordenado por cientistas europeus apontou outro benefício. Mostrou que o azeite impede o acúmulo de gordura na região abdominal, ou seja, combate a indesejável “barriga” que tanto homens quanto mulheres querem que suma! E comprovando esse efeito, uma pesquisa publicada na revista Diabetes Care, da Associação Americana de Diabetes, comprovou que a ingestão diária de 2 colheres de sopa de azeite evita a formação de gorduras na região visceral.
Por que consumo de azeite reduz acúmulo de gordura na região abdominal?
O azeite já foi alvo de várias pesquisas mostrando sua relação com a redução do acúmulo de gordura abdominal e a conclusão que se chega é: os componentes do azeite ajudam a reorganizar os depósitos de gorduras no organismo, impedindo que elas inchem as células adiposas da região abdominal e se concentrem. Além disso, a queima de gordura é uma reação química que depende de uma série de nutrientes. E o simples fato de fechar a boca, que é a primeira opção da maioria das pessoas, pode agravar essa deficiência de nutrientes importantíssimos para a oxidação (ou queima) de gordura, como por exemplo as de gorduras boas como o azeite e as castanhas, pois o organismo utiliza a gordura para formar hormônios, neurotransmissores e para reduzir processos inflamatórios que estão diretamente relacionados com o excesso de peso.
Leque de benefícios
Para ampliar o leque de benefícios, nesse grupo de alimentos de gorduras benéficas temos também as amêndoas, castanhas, nozes etc… que começam a se tornar figurinhas fáceis para aquele lanchinho de final da tarde. E não tem hora melhor, a quantidade de gordura de boa qualidade e de fibras tem a combinação perfeita para acabar com a fome desesperada que surge à tarde. E além de serem deliciosas, também ajudam a emagrecer! Isso é devido à grande presença justamente de gorduras que são responsáveis por manter os níveis de glicose (açúcar no sangue) estáveis e ainda ativar o metabolismo de queima de gorduras.
Por tudo isso, vários estudos estão sendo conduzidos e têm como foco esse grupo das oleaginosas. Um deles publicado na revista norte-americana International Journal of Obesity, comparou os efeitos de uma dieta para emagrecer enriquecida com amêndoa a uma mais tradicional suplementada com carboidratos complexos. O grupo que comeu amêndoa obteve mais sucesso na redução de peso e do total de gordura corporal. Além disso, mostrou mais facilidade em manter a perda de peso, grande problema enfrentado por muitas pessoas. Por isso, faça um mix com alguns tipos de amêndoas e deixe na bolsa para qualquer emergência e a dica final é: nada de comer castanha cheinha de sal, fique de olho!
Depois de todos esses benefícios mostrados, só posso dizer uma coisa: inclua esses alimentos no seu dia a dia. Tenha o abacate como mais uma opção de fruta na sua casa, faça os lanchinhos intermediários com as amêndoas, castanhas, nozes e utilize o azeite na salada no almoço e jantar. Todos esses alimentos além de tudo, produzem a saciedade na medida certa, isto é, a fome fica mais longe! Aproveite!!!
*Peroxidação dos lipídeos: O organismo possui uma série de “protetores” contra a ação dos radicais livres como vitaminas e minerais. Mas nos dias de hoje com a alimentação cada vez mais desregrada, essa defesa fica cada vez mais comprometida, o que dá espaço para a ação dos temidos radicais livres nas membranas das células de lipídios do organismo, isso se chama peroxidação lipídica.. Essas reações podem resultar em mutações de DNA, aumento de colesterol ruim (LDL), ruptura das membranas celulares etc.