Amor e Amar são coisas muito diferentes. Amor é substância e amar é verbo e movimento possível de ser realizado em favor do aperfeiçoamento da substância amor.
Amar é arriscar-se, se olharmos como movimento. É como correr o risco de sair do amor. Pois foi dito: quem permanece no amor permanece em Deus.
O que é amar em si?
Todo verbo é dinâmico (Dynameis, Virtudes, Libra), a hierarquia de onde a separatividade nasceu. O mal foi permitido. Paradoxalmente a liberdade como filha primogênita do amor gerou o bem e o mal. Amar em si é administrar bem a porção de bem e mal que nos foram delegadas na forma de talentos. Não enterrar, senão multiplicar.
O que é amar a si?
Amar a si é o caminho para viver a eternidade. É interessar-se pelo que importa e compreender que o interesse é a força operante na intimidade do amor. Pois o amor é a força raiz substância que mantém o mundo interativamente coeso. Amar a si é exercitar a coerência entre a respiração e os batimentos cardíacos, nossa porta para os ritmos cósmicos e para manter a saúde dinamicamente viva. Amar a si é fazer sínteses sem parcialidades e sentir-se bem na frente dos paradoxos e daquilo que ainda não é possível para si, sem sentir-se melhor ou pior.
Amar a si é ser sedento do Divino e enamorado pelo mistério. Mas, conheço pessoas que pensam que amar é gostar muito. Isso eu não sei, mas não me parece assim. Gostar muito é fácil demais, amar nem sempre. Se gosta muito o tempo todo, e se ama de vez em quando.
O amor de Deus confunde. Permite seu anjo mais próximo caia por nós, que seu Filho venha por nós e que Jó sofra por nós. Precisamos saber cada vez mais sobre isso, tem amor ali em tudo isso que revolta o pensador superficial.
Por enquanto é assim