Amor platônico e paixão andam juntos?

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“Tenho 50 anos. Desde 2016, sou apaixonado por uma moça mais jovem. Nem é paixão é amor, só que nunca falei diretamente pra ela, por medo dela ficar assustada. Ela sabe do que eu sinto, pois um dia escrevi uma carta de amor e entreguei a ela. Eu já fui casado, tenho uma filha de oito anos. Não tenho vícios. essa moça mexe muito comigo, durmo pensando nela e acordo pensando nela. Mas já me acostumei com a ideia de que ela nunca vai corresponder ao que eu sinto.”

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Resposta: Bem, você até que tentou transformar um amor platônico em uma vivência real. Mas, pelo jeito, não obteve resposta. Então, continua sendo um amor que existe só na sua cabeça e que você entende que dificilmente passará disso.

Amor platônico e paixão

Você se sente apaixonado por alguém que, provavelmente, conhece muito pouco. Tanto a paixão quanto o amor platônico caracterizam-se por serem sentimentos que acontecem e sobrevivem na cabeça de quem os vive, sem a participação real do ser que desperta esses sentimentos.

O amor

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O amor, por outro lado, é uma vivência baseada em trocas mais reais onde os dois participam. Você já viveu um amor: casou-se, tem uma filha, separou-se, e agora escolheu alguém com quem gostaria de tentar um novo relacionamento. Mas que não deu a você nenhum sinal, por enquanto, de querer alguma coisa com você. Restam então duas alternativas: ou você arrisca novas tentativas até receber um sim ou um não explícitos, ou desiste dessa moça e tenta entender melhor o que você realmente está querendo na fase de vida em que se encontra. Aliás, essa reflexão é extremamente importante para que você escolha uma futura parceira com critério e consciência.

O que você quer?

Pergunte-se o que você pretende, daqui para frente, com relação à sua vida amorosa: casar-se novamente? Namorar muito sem compromisso? Ficar sonhando com mulheres impossíveis? Qualquer dessas hipóteses é válida desde que você aja com consciência. Se você gosta de moças mais novas, nada de errado, desde que você entenda o que você pode oferecer a elas e o que elas podem oferecer a você; se você pretende casar-se novamente, tente entender o que está disposto a fazer para manter um relacionamento estável; se quer ficar solteiro, namorando várias pessoas, assuma sua vontade e tente ser verdadeiro com você mesmo e, de preferência, com a pessoa com quem estiver se relacionando. O sucesso da maioria dos relacionamentos está intimamente ligado à consciência dos objetivos dos envolvidos na relação.

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Paixão x relações longas

Querer viver uma paixão é muito diferente de querer viver um relacionamento estável e prolongado. E, às vezes, obsessões como a que você está vivendo em relação a essa moça, nada têm a ver com paixão, amor ou amor platônico. São apenas características pessoais de sua personalidade. Assim como você fica obcecado por essa moça, poderia estar obcecado pelo trabalho, pelo futebol ou por qualquer outro tema. Assim, em seu processo de autoconhecimento, tente entender como funciona sua cabeça e tente diferenciar comportamentos de tendências pessoais.

Terapia e autoconhecimento

Você diz que já se acostumou com a ideia de que essa moça jamais corresponderá aos seus sentimentos. Será? Quando um processo se encerra, em geral, ele deixa de causar ansiedade. Você parece acreditar ainda num final feliz, mesmo sabendo que as chances são pequenas. Talvez você precise guardar essa ilusão como forma de dar algum sentido à sua vida e de desviar o olhar de outras coisas que realmente o afligem. Se esse for o caso, talvez seja bom procurar uma terapia que possa ajudá-lo em seu processo de autoconhecimento e aliviar suas angústias pessoais. Pense nisso.

Atenção!

Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.