Casais com gostos e personalidades semelhantes ou com muitas diferenças? Afinal, qual dessas duas parcerias tende a fluir melhor?
A escolha do par amoroso pode se dar pela identificação com aspectos parecidos com os nossos ou, pelo contrário, por enxergarmos no possível parceiro aspectos complementares ou opostos aos nossos.
Quando um casal começa a namorar, em geral, costuma focar nos aspectos do parceiro que são parecidos com os seus. Ficam entusiasmados quando percebem que gostam das mesmas músicas, das mesmas comidas, dos mesmos passeios. “Vai dar certo, comemoram… somos tão parecidos.”
Amor por semelhança ou amor por diferença?
Mas será que casais de personalidades muito parecidas realmente conseguem fazer uma boa parceria? E será que gostar das mesmas coisas e ter personalidade parecida são aspectos propícios a relacionamentos bem-sucedidos?
Bem… nem sempre. Pessoas muito parecidas podem se dar bem se não forem muito competitivas. Se forem, podem acabar brigando pelos mesmos desejos e dificultar o relacionamento. Por exemplo, duas pessoas muito extrovertidas. Ambos vão querer “aparecer” em situações sociais e podem brigar pelo holofote.
Por outro lado, embora as diferenças incomodem no início da relação, por transmitirem a impressão que o casal não tem pontos em comum, relacionamentos complementares ou por diferença são os que tendem a dar mais certo. Neles, cada parceiro tem um papel definido na relação e a junção desses aspectos pode propiciar uma complementação harmônica.
Por exemplo, se um é introvertido e o outro extrovertido, o extrovertido tende a suprir as necessidades sociais do mais introvertido que, em geral, quer se relacionar socialmente, mas não sabe como agir nessas situações. O introvertido, por sua vez, tende a deixar o palco inteiro para o seu parceiro para ficar fazendo o que gosta: observar.
Além disso, relações por diferença podem trazer ao casal a sensação de curiosidade em desvendar uma pessoa que funciona de forma diferente da sua e que pode trazer novas percepções e novas formas de pensar ou agir além daquelas que já conhece. Nesse sentido, a complementariedade acaba sendo positiva.
Outro aspecto que deve ser considerado como importante nas escolhas amorosas por diferença está na perpetuação da espécie, na prole que o casal pode querer gerar. Nesse sentido, a escolha de uma pessoa muito alta por uma bem baixa, pode, inconscientemente, expressar um desejo da pessoa baixa de ter uma prole mais alta. Deixando-se de lado, é claro, a discussão de que se ser mais alto é melhor que ser mais baixo. Não se pode negar que preferências físicas existem no imaginário de cada pessoa. E talvez em seus gens também.
Certamente, a escolha amorosa envolve uma infinidade de outras motivações que vão além de semelhanças ou diferenças. Provavelmente, numa escolha amorosa, o intuitivo exerce um papel tão ou mais importante do que o racional. E, certamente, a escolha pode dar certo ou errado dependendo da forma como o casal irá levá-la para frente. A escolha é apenas o primeiro passo.
Numa relação harmoniosa a manutenção acaba tendo um peso bem maior. De nada adianta escolher certo e alimentar errado.