Amplie sua zona de conforto para ganhar mais dinheiro

Por Eliana Bussinger

Uma experiência interessante acontece, em geral, com as pessoas que andam de avião. Quando o avião está decolando percebe-se nitidamente uma certa tensão no ar, as pessoas ficam absolutamente caladas, algumas se benzem, há pouco movimento. Então o avião sai do solo e a sensação que se tem é que entregamos ao piloto os nossos destinos. Quando o avião finalmente atinge uma altura razoável, fica reto, se estabiliza, ou fica acima das nuvens, reduzindo a turbulência e as aeromoças finalmente dão sinal de vida, a tensão se dissipa e as pessoas entram em uma certa zona de conforto.

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São momentos de tranquilidade que podem durar horas se o vôo for longo, tranqüilo, sem turbulência. Mas o avião não pode ficar eternamente no ar, portanto, em algum momento a zona de conforto desaparecerá e as pessoas voltarão a ficar tensas porque o medo da aterrissagem volta a incomodá-las.

Por que isso acontece?

Vários são os motivos:

1º) Você não está no controle da situação
2º) Você não sabe exatamente como funciona um avião para identificar se tudo está bem
3º) Você sai do ambiente ao qual está acostumada e enfrenta uma situação nova.

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Depois nos acalmamos por quê?

1º) Todos sabem que acidentes com aviões não acontecem no ar, mas na decolagem e na aterrissagem

2º) A adrenalina que é jogada no sangue, não se mantém por mais de vinte minutos, dizem os especialistas

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3º) Você percebe que aparentemente tudo correu bem

4º) Você sente que os demais começam a relaxar

5º) O movimento das aeromoças passa certa tranqüilidade. E aí, quando chega o momento de descer, começa de novo. As turbulências, a certeza de que o avião tem que achar a pista no chão, será que tudo vai dar certo? E o medo volta.
Quando as pessoas se amedrontam ou ficam ansiosas é porque precisam dar um passo fora da zona de conforto, quanto mais fora, maior o desconforto.

Quanto menor a experiência ou o conhecimento daquilo que virá pela frente maior o medo. Eu conheço bem as quatro formas de se aterrissar no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Adoro viajar na janela. Uma vez, no entanto, o avião não seguiu nenhum dos procedimentos padrões. Fiquei apavorada. O que estava nos esperando, afinal?

Naquele momento me perguntei: o que é que eu estou fazendo aqui? Podia estar em casa, confortável, com meus filhos, vendo TV e estou dentro de um avião estúpido, chacoalhando à beça e não consigo saber “onde” está a pista do aeroporto.

Muitas vezes, para não enfrentar o medo, ficamos nas nossas zonas de conforto e acabamos sabotando os nossos talentos, detonando nossa auto-estima, sentindo-nos frustrados e levando uma vida melancólica, monótona, rotineira.

O medo do mercado financeiro está entre as principais causas que impedem as pessoas de construírem riquezas. O medo do sobe-e-desce da Bolsa, das mudanças no câmbio, das alterações de regras e leis, das crises políticas e econômicas.

Mas em finanças há um preço a pagar quando você deixa o medo dominar. O custo pode ser o arrependimento tomando o lugar dos nossos sonhos que nunca se realizaram.

Portanto um conselho: amplie a sua zona de conforto pelo conhecimento. Dê um passo de cada vez para fora do círculo em que você está nesse momento. Confrontar seus medos é a única forma de aniquilá-los. Extirpá-los para sempre da sua mente.

Lembre-se de que, segundo os especialistas que estudam o comportamento humano nascemos com apenas dois medos: o de cair (quem já segurou um bebê recém-nascido sabe do que estou falando, é o *reflexo de Moro), o outro é o de ruídos muito altos.

Todos os outros medos são construídos no desenrolar de nossas vidas. E, como tal, podem ser desaprendidos, isto é, dominados. Nós também aprendemos a dominar o medo de cair e dos barulhos altos. Os shows de rock e os bungee jumps que o digam.

É por medo de errar, por medo do novo que acabamos optando pelo familiar. É o caso da pessoa que entra com vários amigos em uma sorveteria com 50 sabores diferentes de sorvetes. Lê várias vezes os sabores disponíveis e vê com desespero todos os amigos já se deliciando com os seus sorvetes, quando acaba optando por “sorvete de creme”.

Não raro, quando temos que enfrentar – em situação óbvia de desigualdade de conhecimento – os gerentes dos bancos, os técnicos de corretoras ou outro agente financeiro – acabamos escolhendo produtos e serviços que conhecemos (como a poupança, por exemplo).

Lembre-se:

1º) O medo é o maior limitador na construção da riqueza
2º) Você só vence o medo pelo conhecimento
3º) As zonas de conforto se ampliam pelo conhecimento
4º) Apaixone-se pelo assunto finanças
5º) Compre livros, vasculhe a Internet, converse com suas amigas, forme clubes de investimentos
6º) Não espere mais, a sua segurança financeira depende do conhecimento que você possa adquirir do mercado
7º) Vale a pena repetir: aprenda, aprenda, aprenda

*Reflexo primitivo que está presente no nascimento e tipicamente desaparece nos primeiros meses de vida