O bombardeio de imagens em ação anestesia a imaginação. Imagens em ação e imaginação, coisas tão distintas com sons tão parecidos… Uma vem de fora e distrai, trai o coração e faz crer verdade o que talvez não seja não! A outra é amiga, silenciosa; é corda do alaúde da alma, faz lembrar e acalma além de fortalecer a saúde!
Quando a vida se torna um “ganhar tempo” ou pelo menos um “não perder”, os rituais e a relação com a morte perdem sua essência, conforme belamente contado por Michael Ende no livro: Momo e o Senhor do Tempo. Se o risco de adoecer se torna medo da morte, a “prevenção” se reveste de algo maquiavelicamente perverso, conforme explicita Jézéquel no livro: Memórias de Território.
Muitas doenças decorrem de hábitos de vida (alimentares, comportamentais, psíquicos, emocionais ou mesmo espirituais) que urgem serem transformados. Assim como a vida é transformação contínua, a saúde requer movimento interior de transformação e cultivo de bons hábitos.
Os hábitos moldam o caráter assim como este o destino.
Se há saúde, é preciso fortalecê-la antes de atacar a doença; reabilitar é fortalecer as habilidades preservadas antes de agir sobre as que carecem. Primum non nocere é o pressuposto maior da medicina. Se há morte é porque houve nascimento, e se há nascimento e morte. é porque há vida; vida é uma rara palavra sem oposto que comporta a oposição essencial do nascer e do morrer.
Estamos manifestos na estranheza de um mundo que nos permite definir as descontinuidades nascimento e morte, mas que nos confunde ao tentarmos definir a tessitura do que seja a vida. Se nascimento é alegria e começo de ciclo porque não exercitar a alegria de um final de ciclo, à semelhança do término de uma graduação? Quem sabe a perspectiva da finitude possa nos impulsionar a um viver mais significativo (Ser) e um pouco menos apegado (ter)?