por Patricia Davidson Haiat
Muitas vezes estamos em contato com substâncias e materiais e nem passa pela nossa cabeça que sejam tão prejudiciais à saúde. Os alimentos e a forma como os armazenamos podem ser veículos de contaminação.
Em primeiro lugar, podemos eleger os agrotóxicos como grandes vilões. Temos os agrotóxicos que são pulverizados nas lavouras sem o devido cuidado e acompanhamento, os adubos químicos (fertilizantes) e que colocam em risco a saúde humana e os organismos aquáticos e terrestres nos diferentes ecossistemas.
De acordo com a última pesquisa liberada em 2010 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), mostrou que em quinze das vinte culturas analisadas foram encontrados, de forma irregular, agrotóxicos.
Nas análises observou-se uma grande quantidade de amostras de pepino e pimentão contaminadas com endossulfan; de cebola e cenoura contaminados com acefato; e pimentão, tomate, alface e cebola contaminados com metamidofós. Essas três substâncias, que já são proibidas na União Europeia e nos Estados Unidos, começaram a ser reavaliadas pela Anvisa e têm recomendação de banimento do Brasil. Mas ainda não existem leis que obriguem sua proibição e assim o consumidor passa a ter contato com esses tipos de substâncias que trazem consequências enormes ao organismo, desde descontroles hormonais até o câncer.
E o que fazer? A recomendação principal é, procure consumir produtos orgânicos. Pelo menos (pimentão, pepino, tomate, alface, uva, cenoura, morango e mamão papaia) que são os alimentos mais contaminados. Outras dicas são:
1- Não consuma frutas brilhosas (como maçã) – brilho dado por um fungicida;
2- Dê preferência a produtos nacionais e da sua região ao invés de importados. Eles em sua maioria não precisam de agrotóxicos. Já os importados precisam de algum tipo de conservante para chegar em bom estado no Brasil;
3-Retire as folhas que vem em volta da alface, por exemplo. É a região que mais acumula agrotóxicos;
Solução para a redução de agrotóxicos:
1- Lave bem os alimentos em água corrente;
2- Em um recipiente misture 1 litro de água + 1 colher de sopa de bicarbonato de sódio. Deixe o alimento nessa mistura por 40 minutos;
3- Lave novamente o alimento em água corrente (é importante remover todo o bicarbonato de sódio para que não reaja com o vinagre);
E se você tem criança ou idoso em casa ou está grávida o cuidado deve ser redobrado, pois eles são mais susceptíveis aos males dos agrotóxicos. As crianças não têm maturidade fisiológica, isto é, o organismo não está preparado para receber esse tipo de substância e não tem o processo de expulsão do resíduo também perfeito para realizar essa tarefa.
As grávidas também são um grupo de risco, visto que tudo que ingerem passa para o bebê e esse também não tem defesa. E os idosos também já têm seu metabolismo prejudicado, o fígado que ajuda na expulsão desse tipo de substância não está funcionando mais a todo vapor.
E como armazenar esse alimento? Se pensou nos potinhos plásticos, pode começar a mudar de ideia e colocar o vidro sempre em primeiro lugar. Porque a matéria-prima para a confecção de artigos de plástico tem como componente uma substância denominada bisfenol A.
Ele entra na composição para oferecer maleabilidade, ou seja, sem ela o plástico fica duro e quebradiço. E já é bem estudado e visto que essa substância pode causar sérios danos à saúde, uma vez que afeta, sobretudo, o sistema endócrino, isto é, os hormônios do organismo.
Dentre os principais malefícios, estão os cânceres de próstata e de mama, atrofia do genital masculino, infertilidade, anencefalia (ausência de cérebro em recém-nascidos), entre outros problemas.
Todos os plásticos comuns e utilizado em grande escala para potes de cozinha, embalagens descartáveis, de água mineral e mamadeiras tem a presença do bisfenol A, que tem sua liberação máxima quando é aquecido. Por isso mesmo que o fabricante da embalagem libere o uso do produto para micro-ondas, não o faça, prefira sempre os potes de vidro que além de não conter substâncias tóxicas, são mais fáceis de limpar e não acumulam cor e nem cheiro.
Uma pesquisa realizada em 2009 no estado do Maranhão pelo Instituto Federal do Maranhão mostrou alta contaminação por bisfenol A em água engarrafadas em embalagens plásticas. Por isso, vá aos poucos se desfazendo dos potes, diminui o consumo de água engarrafada e produtos descartáveis e em hipóteses nenhuma leve a temperaturas elevadas.
Nos EUA já existem os produtos bisfenol free, onde essa substância já está sendo retirada de mamadeiras e potes plásticos. No Brasil, esses produtos começam a chegar, mas ainda com um preço um pouco salgado.
Sempre prefira o vidro. É o material mais seguro que temos, não libera nenhum tipo de substância, é super-higiênico e fácil de limpar. Além disso não libera cheiro e não mancha como as embalagens de plástico.