por Alex Botsaris
Com o objetivo de entender melhor a condição humana, o filósofo Rudolf Steiner criou a antroposofia, que seria um estudo do ser humano em todas seus aspectos: físico, fisiológico, psicológico e espiritual. Para ele, nem tudo o que se manifestava no ser humano seria apenas de ordem física. Haveria uma correlação entre as várias estruturas do corpo e o espírito, relação essa que precisa ser compreendida para uma atuação terapêutica harmônica e equilibrada. Para tanto Steiner descreve o homem como uma expressão da energia do universo, situado entre dois pólos, a cabeça sede das ideias, mas onde as células não se multiplicam, e a genitália onde há uma multiplicação intensa, mas prevalecem os instintos.
A medicina antroposófica não se denomina uma medicina alternativa nem se coloca como uma nova vertente, paralela às outras. Ela se propõe a ampliar o conhecimento médico, acrescentando à medicina convencional um saber de cunho mais esotérico, mais espiritual.
A antroposofia não busca um determinado medicamento para curar um diagnóstico específico, ela busca a origem do que levou ao desencadeamento de determinado problema. Nesse caso, ela pode utilizar diversos recursos terapêuticos, desde a psicoterapia e a massagem rítmica à terapia artística, passando pela fitoterapia e chegando aos modernos aparatos tecnológicos para tratar os doentes.
Ao contrário da homeopatia convencional, que trabalha com potências elevadas na fabricação dos medicamentos, a antroposofia utiliza as mais baixas, toleradas com mais facilidade pelo ser humano, visando interferir o mínimo possível nas naturezas física e espiritual do paciente.
No caso de portadores da AIDS e de câncer, além de se preocupar com o aumento da sobrevida do paciente, o especialista atua com o objetivo de melhorar o seu estado geral e reduzir os efeitos colaterais indesejáveis produzidos por determinados medicamentos essenciais para o tratamento da doença em si.
Em relação ao câncer, além de tratamentos para evitar os efeitos colaterais originários dos métodos convencionais, Rudolf Steiner adotou o Viscum álbum, o visco, um dos pilares da farmacotécnica antroposófica, planta é utilizada há milhares de anos na China e Europa como tratamento popular contra o câncer. Steiner limitou-se a transformá-la em medicamento, que também é usado no combate à hipertensão e outros problemas circulatórios, além de estimular o sistema imunológico e ter atividade antiinflamatória.
A primeira clínica de antroposofia a ser fundada no Brasil foi a Tobias e Artemísia, na década de 70, em São Paulo, o que levou à criação do Laboratório Weleda, único especializado na fabricação dos medicamentos antroposóficos no país. Hoje, já há até um curso de pós-graduação na área, pela Associação de Medicina Antroposófica (ABMA).
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