por Eduardo Ferreira Santos
Há, no amor, uma força mítica e misteriosa que nos arrasta ao sabor dos ventos e tempestades, em um turbilhão de emoções que nos consome e despersonaliza.
Muitas vezes, deixamos de ser nós mesmos para viver um momento sublime de encantamento e magia que nos eleva o espírito, mas nos afasta da realidade. Entregamos nosso coração, nossa alma, a alguém e, inconscientemente, esperamos a reciprocidade na mesma intensidade, o que nem sempre acontece.
Aí vem a decepção, a frustração, a dor, o sentimento de ter sido traído pelo outro, quando, na verdade, traímos a nós mesmos, esquecendo-nos de nós.
Portanto, no esplendor do amor, é sempre necessária a preservação do domínio de si mesmo. Compartilhar sim, mas nunca deixar de ser verdadeiramente o que se é em função dos desejos e expectativas do outro.