por Patrícia Gebrim

A vida é essa inevitável mistura de encantamentos e desafios.

Todos percorremos um longo caminho até este momento de vida.
 
Quando olhamos para trás, nem sempre nos deparamos com flores e borboletas. Há quedas, joelhos ralados, encontros frustrados. Há gente ferida, há lentes distorcidas, há crianças abandonadas, palavras armadas, cegueira, tempestades cruéis e momentos sombrios, que insistem em nos assombrar.

O nosso desafio, hoje, é acolher tudo isso no peito. Simplesmente acolher, sem nos perdermos em julgamentos. Deixar que tudo se dissolva na luz da nossa consciência.

Compreender que cada instante de nossa vida foi necessário. Cada tropeção. Cada raio. Cada trovão. Não existem vítimas ou algozes, apenas inconsciência.

Precisamos cessar nossa "busca". "Busca" por culpados, "busca" pela cura, "busca" pela paz, "busca" pelo amor. Cessar nossa teimosa necessidade de entender tudo. Tudo já é perfeito. Nada precisa ser encontrado. Deixemos de ser buscadores. Sejamos manifestadores.

Ouça.
Nada foi errado.
Nada foi perdido.

Só precisamos nos soltar de tudo o que passou, desfazer no peito os nós, o rancor.
Nos libertarmos dessa roda mal-assombrada feita de ressentimentos e mágoas.
Só precisamos perceber que estamos aqui, vivos, neste exato momento.
Respire fundo e sinta isso.
A Vida!

Corte as amarras que o mantém atrelado a algo que já não mais existe, como se cortasse as cordas que prendem o balão feito para alçar ao céu. Há tanto a ser vivido.
Uma vida nova, cheia de frescor a cada inspiração. Essa é a vida real.

O resto, entenda, é apenas a ilusão que você recria todos os dias.  As grades da sua prisão.

Liberte-se!