por Thaís Petroff
“A autoestima é formada através das crenças construídas ao longo da vida”
Fala-se tanto em elevar a autoestima, que a baixa autoestima é algo ruim. Mas afinal, o que é autoestima? Como ela é formada? Como podemos influenciá-la tanto positivamente quanto negativamente?
Autoestima é o sentimento que temos em relação a nós mesmos, ou seja, é como nos sentimos a nosso respeito. Podemos nos sentir bem conosco ou ter termos emoções negativas com relação à nossa pessoa. E de onde vem esses sentimentos?
Como explica o modelo cognitivo, nossas emoções (sentimentos, humor) provêm de nossos pensamentos (percepção que temos sobre as coisas) e com a autoestima isso não é diferente. Dessa maneira, os sentimentos que temos com relação a nós, surgem através do que pensamos a nosso respeito. Essa avaliação que fazemos sobre a nossa pessoa chama-se autoconceito.
O autoconceito é a percepção que temos sobre nós mesmos. Esse conteúdo por sua vez, tem uma ligação direta com as nossas *crenças nucleares, também chamadas de crenças centrais. Se temos crenças nucleares positivas sobre a nossa pessoa, então teremos um autoconceito positivo e consequentemente uma alta autoestima. Se pelo contrário, desenvolvemos crenças nucleares negativas (ex. “Sou incompetente”, “Sou inadequado”, “Não sou querido/amado”) então, como resultado teremos um autoconceito negativo e uma baixa autoestima.
Percebemos assim que a autoestima é formada através das crenças centrais que construímos ao longo de nossa vida. Quanto mais as nossas crenças com relação a nós forem positivas, tanto mais teremos uma autoestima fortalecida, uma vez que teremos uma boa imagem a nosso respeito. O contrário também é verdadeiro.
Como elevar a autoestima?
Como explicado acima, a autoestima é fruto do conteúdo cognitivo que temos sobre nossa pessoa. Desse modo, quanto mais esse conteúdo for positivo, melhor será nossa autoestima. Mas, como podemos mexer ou influenciar esse conteúdo?
O conteúdo nada mais é do que a percepção que temos a nosso respeito, assim precisamos encontrar meios de melhorar essa percepção.
Quatro estratégias para elevar a autoestima:
1ª) Desafiar os pensamentos automáticos e distorções cognitivas que surgem a nosso respeito de maneira que nossa percepção seja mais próxima da realidade, evitando fazer mal juízo de si;
2ª) Trabalhar a autoeficácia: planejar-se para gerar bons resultados através de suas ações, o que reverbera positivamente sobre o seu autoconceito (quando tenho sucesso em algo que me proponho a fazer fico orgulhoso e realizado). Alguns exemplos são: programar-se para ir à academia e cumprir isso, planejar fazer dieta e segui-la, terminar o relatório ou projeto, etc;
3ª) Melhorar a autoimagem: vestir-se de uma maneira que te agrade (que você se sinta bem), trabalhar para ter um corpo bonito, maquiar-se, perfumar-se, bronzear-se, etc;
4ª) Reestruturação cognitiva: modificar as crenças nucleares negativas desafiando-as cognitivamente e comportamentalmente (através de diversas técnicas utilizadas na TCC) e, criar ou fortalecer as crenças centrais positivas. Clique aqui e saiba como fazer isso.
As estratégias citadas acima para elevar a autoestima são todas passíveis de serem trabalhadas nos processos de TCC. No entanto, algumas delas independem da pessoa estar em terapia; ela pode sozinha buscar planejar e praticar métodos que viabilizem-nas.
*Chama-se crença nuclear ou crença central o centro de tudo o que acreditamos.