Por Marta Relvas
Os estudantes aprendem de formas diferentes e, por isso, uma única metodologia não é o ideal para todos e se faz imprescindível aplicar diversas abordagens pedagógicas de aprendizagem a serem utilizadas de acordo com a necessidade de cada um. “Aprender exige necessariamente planejar novas maneiras de solucionar desafios, atividades que estimulem diferentes áreas cerebrais a trabalhar com máxima capacidade de eficiência” (RELVAS, 2010, p.15).
Os educadores são os “fazedores” das conexões dos circuitos neurais dos educandos, para refletir, calcular, dialogar, ler, interpretar, conviver, lidar com os conflitos e frustrações, pois despertar as inteligências é sentir, pensar, exercer o afeto, compreender as emoções e agir com o cérebro emocional da razão para tomada de decisões.
Nós, humanos, temos um cérebro com estruturas cognitivas evoluídas, possuímos um neocórtex que nos dá a propriedade de pensar, sentir, fazer… dois hemisférios cerebrais separados, que se complementam. Quando estimulados, elaboram comandos e respostas por meio dos circuitos neurais.
“Desafiar” o cérebro dos nossos educandos é favorecer uma aprendizagem criativa. E o melhor espaço para o desenvolvimento desses desafios é a sala de aula. Nela, aprende-se a pensar, relacionar, viver, conviver, buscar soluções para problemas cotidianos, crescimento intelectual, além de poder “brincar” de faz-de-conta, aprendendo a sonhar com o futuro profissional e pessoal, construindo responsabilidades familiares, enfim, os desejos humanos, sem negligenciar os conteúdos programáticos que deverão ser envolvidos para o contexto da vida (RELVAS, 2009, p. 129).
O principal nesse processo é que educadores estimulem os sonhos de seus estudantes e os ajudem a transformá-los em metas, e não apenas o de transferir conteúdos, pois para uma aprendizagem ser significativa, precisa passar pelo sentimento afetivo. Uma das maiores preocupações da educação, ao longo desses anos é formar um sujeito crítico, responsável e sociável. Dado que vivemos em uma sociedade onde as trocas sociais acontecem rapidamente, por meio da leitura, escrita, linguagem visual ou oral.
Atualmente, existem diferentes teorias e práticas pedagógicas sendo utilizadas nas escolas. Contudo, por vezes, as mesmas não funcionam de forma igual para todos. Alguns cérebros não conseguem aprender diante de uma determinada teoria/prática. Assim, conhecer os processos cerebrais (estrutura e funcionamento do cérebro), irá contribuir para desenvolver metodologias de aprendizagem de acordo com cada perfil, promovendo o entendimento do sujeito em seus aspectos físicos/ orgânicos, psíquicos e sociais.
Cada indivíduo é único bem como sua estrutura cerebral e ligações neurais, por essa motivo, não se pode aplicar o mesmo estímulo de forma única e esperar a mesma resposta em um grupo, sendo esse composto por diferentes pessoas que trazem consigo sua história de vida e cultura.
Há também um aspecto para a ser considerado é a questão de variadas teorias pedagógicas que alguns grupos se adequam respondendo de forma satisfatória, e outros nem tanto, por isso compreender as teorias de aprendizagem e do conhecimento, e suas aplicabilidades, levando em consideração as modificabilidades no cérebro, é repensar quais são os estímulos necessários e essenciais para promover o aprendizado. Reconhecer a funcionalidade dos campos ativados no cérebro, para promover as melhores possibilidades de uma prática pedagógica significativa inovadora, é primordial para uma escola de integração e interação.