Da Redação
Cerca de nove estudos internacionais avaliam o papel da aspirina no processo de fertilização in vitro. Confirmado como importante coadjuvante no tratamento de diversas doenças do coração, o ácido acetilsalicílico ainda não convenceu a classe médica de seus benefícios relacionados a maior facilidade de engravidar.
“Enquanto alguns estudos mostram como a substância ativa da aspirina, quando ingerida em baixa dosagem, melhora a circulação sanguínea e aumenta as chances de sucesso nos tratamentos de fertilização in vitro, outros dão conta de riscos relacionados ao aumento de hemorragias”, diz Silvana Chedid, especialista em reprodução humana.
A especialista alerta para os riscos da automedicação por parte de pacientes que estejam em tratamento para engravidar, embora argumente que há quem se beneficie com a terapêutica. “Mulheres que não apresentam tendências à perda de sangue acentuada podem ser beneficiadas pelo aumento de circulação do sangue no útero, que acaba contribuindo para melhorar a resposta ovariana ao tratamento de fertilização in vitro. Mas, de acordo com os estudos existentes, os resultados não são tão expressivos”.
De acordo com a médica, enquanto a ciência não chegar a um senso comum, o ideal é encarar a ingestão de baixas dosagens de ácido acetilsalicílico com parcimônia, avaliando riscos e benefícios em cada caso. Mas, vale o alerta: “Independentemente de enfrentar problemas para engravidar ou não, toda mulher com tendência a sangramento excessivo deve consultar seu médico antes de fazer uso de aspirinas, ainda que seja para tratar um simples resfriado”.