Da Redação
À medida que a felicidade e o sucesso estão cada vez mais associados à forma física, cresce o número de jovens em busca de dietas, cosméticos e procedimentos estéticos. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) revelam que, nos últimos três anos, cerca de 20% dos pacientes que buscam um especialista tem entre 14 e 25 anos. "Há procedimentos passíveis de realização, mas há outros que não são indicados aos adolescentes por estarem em plena transformação", destaca o cirurgião plástico Wandler de Pádua.
Procedimentos devem ser feitos de acordo com idade
Nas clínicas, as cirurgias mais procuradas são a plástica de mama, tanto o aumento quanto a redução, a lipoaspiração e a rinoplastia (cirurgia de correção do nariz). Para cada uma é recomendada uma idade mínima, associada ao desenvolvimento da região a ser operada. Existem procedimentos que devem ser feitos antes mesmo da adolescência. É o caso da otoplastia, mais conhecido como orelha de abano. "O procedimento pode ser feito entre os cinco e sete anos. Nessa idade, a orelha já está formada. Quanto mais cedo realizar a cirurgia, melhor para a criança que sofrerá menos traumas como, por exemplo, os apelidos recebidos por colegas da escola," conta o especialista.
Além disso, há um papel a ser desempenhado pelos pais. "A baixa auto-estima é uma importante causa para o aumento da busca por cirurgias estéticas nessa faixa etária", explica a médica hebiatra Mônica Mulatinho. "É preciso observar se a vontade de mudar a aparência está associada à expectativa de um ganho secundário, como ser aceito pelos amigos ou obter maior atenção do namorado. Nesse caso, o resultado pode ser uma frustração e, até mesmo, um mal-estar maior", destaca.
Uma vez observada a motivação e confirmada a indicação, a plástica pode atuar como importante fator para o bem-estar integral do jovem paciente. "Há procedimentos que, além de trazer um ganho estético e de auto-estima, são necessários à saúde. Esse é o caso da ginecomastia, o crescimento da mama no homem. O adolescente fica envergonhado e acaba se afastando de atividades sociais como jogar bola com os amigos, ir à praia e até mesmo namorar," conclui Dr. Wandler.