por Jocelem Salgado
A tireoide é uma glândula endócrina, situada na base frontal do pescoço, responsável pela produção de dois tipos de hormônios: a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). A função dessa glândula é sintetizar, armazenar e secretar os hormônios tireoidianos, os quais são essenciais para o desenvolvimento e funções metabólicas do organismo, regulando tanto o funcionamento de órgãos como o desenvolvimento físico e neurológico.
Quando o funcionamento da tireoide não está satisfatório, produzindo hormônios de forma inadequada, caracteriza-se um distúrbio denominado hipo ou hipertireoidismo.
O hipotireoidismo ocorre quando os hormônios T3 e T4 são produzidos em quantidades menores do que os níveis normais, sendo uma doença da própria glândula, como também causada por doença hipofisária ou hipotalâmica. Tal alteração resulta em uma desaceleração dos processos metabólicos.
Sintomas de hipotireoidismo:
– aumento de peso, mau funcionamento do intestino, cansaço, retenção de líquidos, sonolência, menor resistência a esforços físicos, pele seca e outros.
Já no hipertireoidismo ocorre o contrário. Os níveis de T3 e T4 são produzidos e liberados em excesso, acelerando assim as funções do organismo. A ocorrência dessa alteração é devido à hiperfunção dessa glândula.
Sintomas de hipertireoidismo:
– aceleração dos batimentos cardíacos, agitação, produção de calor em excesso, aumento da atividade motora e do sistema nervoso simpático, pele ruborizada e quente, insônia, ansiedade, inquietação, perda de peso, entre outros.
A produção dos hormônios tireoidianos consiste na captação de iodo que circula no organismo pela tireoide. Esse é transportado para dentro da célula folicular, onde ocorre sua oxidação e incorporação em resíduos tirosina, resultando em monoiodinados (MIT) e diiodinados (DIT), que por ação de enzimas formam os hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3). O iodo, portanto, é um componente primordial para a atividade da tireoide, já que dele são produzidos os hormônios tireoidianos os quais são fundamentais para o desenvolvimento e função adequada do sistema nervoso central, esquelético, entre outros. Desse modo, faz-se necessário uma dieta que tenha uma quantidade de iodo adequada, para que não haja alterações tireoidianas e consequentemente não ocorra um desequilíbrio nos sistemas.
A ausência de iodo na dieta por longos períodos pode causar bócio (hipertrofia da glândula tireoide), hipertireoidismo induzido por iodo, hipotireoidismo, retardo mental, retardo do crescimento, entre outros. O consumo de iodo é necessário em todas as idades, já que os hormônios da tireoide são produzidos desde o feto.
Um alimento em que se pode encontrar o iodo é o sal de cozinha. Para suplementar e suprir a necessidade de iodo da população, o Ministério da Saúde tornou obrigatório a iodação do sal por ser um produto consumido em pequenas quantidades e diariamente, sendo o suficiente para que a necessidade de iodo seja suprida. Assim como sua falta, o excesso do consumo de iodo também pode ser prejudicial, levando ao hipertireoidismo e à tireoidite autoimune (síndrome de Hashimoto).
Outros alimentos fonte de iodo são: peixes, frutos do mar e algas marinhas.
Além do iodo, outro componente relacionado à tireoide é o selênio, cuja deficiência no organismo tem sido relacionada a doenças da tireoide. Baixas concentrações de selênio nos tecidos da tireoide também se relacionam com o aumento do risco de câncer na glândula.
O selênio pode ser encontrado no solo em variadas concentrações, dependendo do tipo de solo e pH. Assim os alimentos de origem vegetal (que o absorvem do solo), possuem quantidades diferentes desse componente, dependendo do solo dos quais são provenientes. O selênio também está presente nos alimentos de origem animal, em decorrência do consumo de plantas.
Alimentos fonte de selênio são os pescados – como atum e sardinha, trigo e produtos derivados, feijão, ovo, carne – de boi e de galinha…
Sabendo-se da importância da atividade da tireoide em nosso organismo, deve-se realizar uma dieta equilibrada, incluindo diariamente alimentos que auxiliem em seu funcionamento adequado, prevenindo assim a ocorrência de alterações na função da tireoide e consequentemente garantindo melhor qualidade de vida.