Por Valéria Meirelles
Na sociedade moderna e capitalista, o trabalho transcendeu o significado econômico para se relacionar à identidade do indivíduo. Essa mudança na forma de encarar o trabalho, favoreceu o desenvolvimento pessoal dos profissionais, que podem pensar também em seus projetos particulares, relacionando-os à sua identidade.
Trabalho envolve conhecimentos diversos, que vão dos mais simples aos mais especializados e exige de cada um muita dedicação. Ele também engaja as pessoas em um mundo ocupacional mais complexo, com regras próprias e variáveis, da mesma forma que afeta os valores, a autopercepção, o funcionamento intelectual e orientação da realidade social.
Mas o trabalho e principalmente as profissões estão mudando, elas se tornaram obsoletas e atualmente é difícil a escolha de um curso universitário. Nunca houve tantas atividades novas em desenvolvimento e também novas demandas. Não é certo dizer que o trabalho desapareceu mas sim, que mudou sua forma nesta moderna economia.
O vínculo empregatício está deixando de existir, ocorrendo mais prestação de serviços, daí o grande aumento desse setor e uma das principais tendências – a terceirização – que já está bastante comum e tende a aumentar.
Nas atividades ligadas à informática, a tecnologia da informação e os avanços da Internet têm sido os principais responsáveis pelo avanço, como por exemplo da área de planejamento e execução de sites e execução de programas eficientes.
Outros setores que tendem a crescer nas próximas décadas são: saúde, meio ambiente, atividades ligadas ao entretenimento, educação, comunicação, biotecnologia, artes, as quais por sua vez, abrangerão profissões como administração rural, administração de agronegócios, gestão de negócios – incluindo empresas do terceiro setor – gestão ambiental, engenharia florestal, da computação, sanitária, genética, têxtil, moda e estilismo, imagem e som, joalheria e outras.
Comércio exterior e relações internacionais também são profissões em franco desenvolvimento. Afinal, nunca os países de diversas partes do planeta se comunicaram tanto e nunca as economias estiveram tão interligadas.
Considerando essas novas possibilidades e lembrando que o ser humano viverá bem, pelo menos até os 80 anos, não é de se estranhar que muitas pessoas terão mais de uma formação, inúmeras especializações e experiências em áreas diversas no decorrer de suas vidas. Tudo num contínuo processo de refazer e reconstruir a própria história, incluindo a profissional, a cada novo dia.
O processo de mudança é tão evidente e irreversível, que a USP (Universidade de São Paulo) uma das maiores e melhores do país, em seu novo campus na Zona Leste, está oferecendo a partir deste ano, os seguintes cursos: Arte e Tecnologia, Gestão Ambiental, Políticas Públicas, Lazer e Turismo, Marketing, Ciência da Atividade Física, Gerontologia, Obstetrícia, Ciências da Natureza e Sistemas de Informação.
Dicas para se manter bem colocado no mercado
Sugiro que os interessados em se manter bem colocados, realizados e com sucesso na vida profissional, atentem ao desenvolvimento de sua carreira e procurem ter os seguintes comportamentos: ser empreendedor e saber identificar oportunidades; manter-se constantemente atualizado e qualificado; reavaliar suas aptidões e interesses; otimizar o tempo, de forma a ter disponibilidade para realizar atividades fora do ambiente de trabalho; ter no mínimo domínio de um idioma estrangeiro e manter boa rede de relacionamentos – algo imprescindível, principalmente no futuro.
Mercado almejará cada vez mais profissional multifuncional
É fundamental compreender que o mercado almejará cada vez mais um profissional “multifuncional” e acima de tudo, ter a consciência de que o conhecimento – que se renova velozmente – será o principal patrimônio em qualquer área, ainda mais com tantas novas tendências no horizonte.
O autoconhecimento se tornará mais importante, já que com tantas demandas, o indivíduo precisará se conhecer o melhor possível evitando caminhos espinhosos e desnecessários. A sua principal ferramenta de trabalho será, mais do que nunca, ele mesmo, com toda capacidade para aproveitar seu potencial.
Para tudo isso, vale o alerta do sociólogo inglês Anthony Giddens: “Para controlarmos o futuro, é necessário que nos libertemos dos hábitos e dos preconceitos do passado”.