por Tatiana Ades
Muitas vezes encontramos pessoas em nossas vidas e nos perguntamos por que são tão apavoradas em estabelecer uma relação amorosa fixa.
São pessoas que parecem estar sempre "pulando de galho em galho", muitas vezes as julgamos promíscuas ou frias, sem afeto e incapazes de amar.
Claro, existem as pessoas que não querem se engajar em um relacionamento sério, mas existem as que sentem um verdadeiro pavor em se vincular a alguém.
Essas pessoas, homens ou mulheres, geralmente se colocam como descolados e livres, dizem que não sentem necessidade de outra pessoa em suas vidas.
Bem… vamos entender o que as pessoas com pânico de relacionamento exatamente sentem.
Relato
Ana (nome fictício) procurou minha ajuda e se mostrou muito inquieta durante toda a sessão. Ao contrário das dezenas de mulheres que eu ouvia dizendo que não conseguiam um namorado, ela reclamou exatamente de ter conseguido um noivo. Após muita insistência do rapaz, ela confessou ter cedido.
Disse-me que desde o começo do namoro sério, ela engodara sete quilos, não sentia mais vontade de se vestir, o sexo com o parceiro estava monótono, pois ela não se sentia mais à vontade para se entregar a ele.
O meu processo com Ana durou seis meses e percebi que ela tinha um histórico de pavor de relacionamento, sem ao mesmo entender o porquê.
No caso dela, relacionar-se sério com alguém representava:
– falta de autoestima;
– baixa de libido;
– depressão;
Baixa autoestima e o medo de se expor
Ao contrário de inúmeras pessoas, Ana só conseguia se sentir bem quando estava sozinha, quando não precisava encarar a realidade de precisar retirar todas as máscaras do dia a dia e se desnudar para alguém que a amasse.
Enquanto ela saia com estranhos, sentia adrenalina, não precisava mostrar suas fragilidades e fraquezas, podia ser uma mulher criada por ela mesma, falsamente independente (afetivamente de qualquer pessoa).
Foi muito importante a constatação de que Ana amava seu noivo, mas mais uma vez estava ansiosa para se desfazer de um relacionamento que poderia fazê-la feliz, mas ela não conseguia sentir dessa forma.
Ao trabalhar com ela a questão de sua autoestima e de seus problemas fóbicos em relação ao vínculo, chegamos a um resultado muito bom quando a fiz perceber que ela precisaria continuar sendo ela mesma e ter orgulho disso, mostrando ao outro sua verdadeira identidade sentindo-se ainda assim independente, bonita e "poderosa".
Poder resgatar os vínculos saudáveis com o noivo fez de Ana uma mulher mais feliz e realmente realizada.
Sintomas de quem tem fobia de relacionamento:
– medo de intimidade;
– falta de autoestima;
– necessidade de não criar vínculos para sentir-se no poder;
– imaturidade emocional.
O medo de relacionamento tem cura. É preciso trabalhar os medos internos, fazer a pessoa se libertar de máscaras e medos, fazer com que a pessoa seja ela mesma unida a alguém de forma saudável.
Amar vale a pena!