Da Redação
No Dia 13 de abril todo o planeta se dedicou a se deleitar com a manifestação de afeto mais querida do amor romântico e de todas as formas de amar: o beijo, que neste dia, virou o protagonista de todas as horas.
Nesta minientrevista ao Vya Estelar, o médico e escritor Eduardo Lambert, autor do livro “A Terapia do Beijo”, ED. Pensamento, explica por que, em suas diversas formas, é bom beijar.
Vya Estelar – Por que encarar o beijo como uma terapia?
Eduardo – Tudo aquilo que faz com que o nosso organismo libere substâncias importantes para a nossa saúde, deve ser encarado como um processo terapêutico. O beijo está dentro desse processo porque libera as endorfinas – substâncias que também podem ser chamadas de hormônios da felicidade. As endorfinas provocam uma sensação de bem-estar físico, emocional e um relaxamento geral. O beijo autêntico transmite, amor paz e união, alivia tensões, espanta a solidão, traz a felicidade e a esperança. Enfim, um processo terapêutico de cura mútua.
Vya Estelar – Por que o beijo é o mais completo gesto da face?
Eduardo – O beijo envolve a participação de 29 músculos, sendo que 17 músculos são da língua. Por ser um trabalho muscular envolve queima de calorias. Um beijo queima de 12 a 15 calorias. Beijar emagrece. Uma hora de ato sexual, incluindo as preliminares, queimam-se de 600 a 800 calorias por hora.
Vya Estelar – O que significa a ausência do beijo?
Eduardo – Neste caso, penso mais na relação a dois. Não só a ausência do beijo, mas quando o diálogo na vida a dois começa a diminuir também. O beijo é um termômetro da relação. Quando ele diminui ou acaba é sinal de que a relação está se deteriorando e precisa ser reavaliada.
Vya Estelar – Na prática por que o beijo é este termômetro?
Eduardo – O beijo é uma manifestação de carinho e de ordem sexual. Porque o lábio superior representa a sensibilidade e o lábio inferior a sensualidade e a sexualidade. A boca é uma zona erógena primária, primitiva, tanto quanto as mamas e os órgãos genitais. Além do mais, a região oral, psicanaliticamente, é ligada à nossa fase sexual oral.
Com tudo isso, a arte de beijar também é objeto de fetiche da própria arte.
Da pré-história à arte contemporânea, o beijo e seu poder de demonstrar afeto foi objeto de inúmeras obras. As representações são fáceis de encontrar nos principais museus e galerias ao redor do mundo. Com relevância artística e histórica, no Museu Mariano Procópio em Juiz de Fora é possível identificar o gesto em algumas peças.
O cartão-postal “The sweestest girl I know” (A garota mais doce que eu conheço), 1914-1918, faz parte do álbum de nº 80, que integra o catálogo do acervo referente à primeira Guerra Mundial. A coleção pertencia à Viscondessa de Cavalcanti, sobrinha de Mariano Procópio, e foi doada ao museu juntamente com outros objetos.
Mais alguns cartões-postais são encontrados no arquivo histórico da Fundação, como “With love to daddy” (com amor para o papai), somando mais de 2.100 cartões colecionados, referentes ao período da primeira Guerra. Assim como as demais peças do acervo do museu, os cartões são fontes de pesquisas para estudos e trabalhos acadêmicos.