por Tatiana Ades
Fui visitar uma amiga recém-operada e fiquei encantada com uma voluntária que trazia seu cão Justin para visitar os doentes.
Claro… só se os doentes quisessem. Vi o olhar de minha amiga modificar-se após acariciar o pelo desse doce animal que lambeu suas mãos, seu rosto, e quis brincar com o ursinho de pelúcia que tinha levado para ela. O olhar e o coração dessa minha amiga iluminaram-se, aquecerem-se…
Intrigada, acompanhei a ronda de Justin pelos outros quartos com pacientes de várias idades e acometidos de várias dores. Impressionante! O resultado foi sempre o mesmo: as dores, tanto físicas como emocionais, diminuíam e me pareceu que no momento do encontro entre o cão e o ser humano, acontecia uma troca positiva de energia, uma emoção boa que reforçava a vontade de lutar, de vencer.
Fiquei pensando o quanto é importante esse apego do ser humano a um bicho de estimação. É um sentimento incomparável. É um amor compartilhado, cúmplice. Não estou falando apenas da delícia de termos o nosso cachorrinho ou gatinho aconchegado no colo. Não estou colocando apenas a importância de um bichinho de estimação na educação de uma criança, criando laços de responsabilidade, de respeito, de limite, de amizade e de lealdade.
Não estou realçando apenas o uso de certos animais ensinados para ajudar os deficientes como os cegos por exemplo, ou os que trabalham ao lado dos policiais. Estou me referindo a uma troca mais ampla e comprovada de que certos animais domesticados têm o poder de cura sobre nós.
Basta investigarmos os progressos obtidos com autistas quando os colocamos em contato com cavalos; a melhora do humor dos idosos deprimidos quando em contato com cães e a presença cada vez mais constante desses nossos preciosos amigos em consultórios terapêuticos. O contato do animal com o paciente é o fio condutor da terapia. A forma como eles irão interagir e se envolver durante as sessões, efetivará um laço de amizade e, a partir disso, uma possível cura. O animal pode produzir diversas melhoras cognitivas, afetivas, emocionais e comportamentais. Nesse tipo de terapia se trabalha a confiança e já foram diagnosticados diversos casos de cura de depressão.
É isso aí … nada melhor do que respeitarmos os nossos melhores e naturais amigos!