Da Redação
A preocupação com a boa forma e a beleza também influencia a brasileira na hora de aderir ao tratamento para a depressão. O resultado está no estudo DELA (Depresíon en Latinoamérica) divulgado no dia 20 de novembro durante o XXV Congresso da Associação Latino-Americana de Psiquiatria (APAL), em Isla Margarita, na Venezuela. A pesquisa foi coordenada pelo Ibope.
O estudo é uma iniciativa da APAL e foi patrocinado por uma multinacional da indústria farmacêutica.
A pesquisa ouviu 300 mulheres em três capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre). No total, o Ibope entrevistou 1.100 mulheres em cinco países da América Latina (Brasil, México, Venezuela, Colômbia e Chile), com idades entre 35 e 55 anos. De acordo com o estudo, 95% das brasileiras têm consciência de que é importante tratar a depressão contra 90% das mexicanas e venezuelanas; 84% das chilenas e 79% das colombianas.
A pesquisa revelou também que as brasileiras são as que mais abandonam o tratamento da depressão por conta do aumento de peso. Este índice chegou a 30% entre elas, contra 11% entre as chilenas; 8% entre as mexicanas, 14% venezuelanas e 18% entre as colombianas. São as brasileiras também que mais relatam a perda do desejo sexual como fator determinante para desistir do tratamento (17%) contra 10% das chilenas, 5% das mexicanas e 8% das colombianas e venezuelanas.
De acordo com o estudo, 97% das brasileiras também acreditam que um dos grandes efeitos da depressão são alterações significativas no apetite. E 45% delas acham que os medicamentos usados no tratamento para a doença aumentam os riscos de a mulher engordar e classificam este como um impacto negativo para aderir ao tratamento. Além disso, 74% das brasileiras também afirmam que a depressão diminui o desejo sexual.
As brasileiras são também as que mais procuram o psiquiatra para o tratamento da depressão entre as entrevistadas ouvidas pelo Ibope. No Brasil, 55% delas buscam esta alternativa contra 41% entre as chilenas, 33% entre as mexicanas; 43% entre as venezuelanas e apenas 27% das colombianas. “Estes resultados mostram que a mulher brasileira está mais informada sobre a doença do que no passado e o grande desafio agora é manter a adesão ao tratamento”, explica a psiquiatra Luciana Sarin, do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).