por Marta Relvas
A atividade de brincar se faz necessária para formar conexões sociais normais, para ativar a área de recompensa e de tomada de decisões.
Nas brincadeiras infantis, as crianças testam limites e determinam o que é seguro e o que é perigoso.
A brincadeira prepara a criança para uma verdadeira atividade posterior, quando ela já estiver mais madura. Uma boa educação infantil baseia-se na ideia de que músicas, jogos e outras atividades são meios para a criança adquirir conhecimentos perceptuais, cognitivos, sociais e emocionais que as prepararão para o ingresso na maioridade.
A brincadeira é o trabalho da criança. Talvez seja a maneira mais eficaz delas aprenderem habilidades para o resto da vida e/ou descobrirem quais as suas verdadeiras capacidades cognitivas, afetivas, emocionais e sociais.
Vale aqui uma dica: Importante é não permitir que a brincadeira torne-se cansativa, enfadonha e estressante. O fundamental é considerar então que sua natureza deva ser agradável, pois é parte daquilo que faz a maioria das crianças crescerem com qualidade na saúde mental, emocional e física. Por exemplo: ouvir música com ritmos e intensidades diferentes, visualizar um objeto diversificado com cores diferentes, permitir tocar em diferentes texturas, dançar, correr, brincar de esconde-esconde, todos promovem uma intensa formação de novas conexões neurais.
Brincar promove uma ativação na área tegmental ventral, que é um grupo de neurônios mesencefálicos que secretam a dopamina e essa substância é enviada para muitas regiões do cérebro; acredita-se que essa atividade fisiológica desempenha funções relativas à recompensa, motivação e função cognitiva da criança no ato da brincadeira.
O humano nasce para aprender e tudo começa com o lúdico, por isso tem que se levar a sério. Dessa maneira, os estímulos e desafios precisam fazer sentido ao cérebro da criança, tendo como finalidade a organização e a observação do sentir e pensar do mundo para que seja construído com significado. Corpo, cérebro e mente são interdependentes – contudo, faz-se necessário criar hábitos e rotinas saudáveis, pois promovem a longevidade vital do cérebro da infância até a vida adulta.
Então, para manter qualidade de vida, permita-se brincar.