O Budismo é a prática incessante do despertar. Buda significa em sânscrito, desperto. Assim, Budismo reúne ensinamentos que nos ajudam nesse caminho incessante do despertar.
Quando Sidarta Gautama atingiu o despertar por meio do zazen, surgiu um Buda na face da Terra. E, assim, durante toda a sua vida, grandes multidões o procuravam e até seus 80 anos de idade transmitiu seus ensinamentos.
O primeiro sermão, “As quatro Nobres Verdades”, seguindo para “O Caminho de Oito Aspectos”, já abordamos em artigos anteriores.
Nesse texto, apresentamos o ensinamento dos “Cinco Agregados”.
Ao apresentar esse ensinamento, peço a vocês que identifiquem qualquer situação em seu cotidiano para, assim, compreender.
Buda descreve que o ser humano é constituído de cinco elementos chamados de agregados ou, Skandas, características que nos constituem e são interligadas e interdependentes.
Aqui numerados por uma questão didática, mas se constituem sistemicamente, simultaneamente. Seu nome em sânscrito, mas logo definido.
Os cinco agregados
1. Rupa – Forma física – o corpo, incluindo os cinco órgãos do sentido: olhos – visão, ouvidos-audição, nariz-olfato, mãos, pele-tato, língua, paladar ou gustação, e o sistema nervoso.
2. Vedana – Sensações – agradáveis, desagradáveis ou neutras. Emoções. Importante ter consciência. Observar raízes. Causas.
3. Samjna – Percepções – Foco da atenção, nomear, formular conceitos, tanto daquele que percebe como aquele que é percebido.
4. Samskara – Formações – Processos Mentais – Formação de mais de um elemento que permitem associações mentais.
5. Vijnana – Consciências dos sentidos e processos mentais. Consciências dos órgãos do sentido. Que gerencia tudo o que entra pelos órgãos dos sentidos. Que leva e traz para a grande memória.
Assim, tudo o que percebemos a cada momento passa por todas essas portas e processos. E, Vijnana, a Consciência, é a grande porta de entrada, saída e caminho.
Cada um de nós conta com valores de vida, princípios, quaisquer que sejam, hábitos mentais, conceito de mundo, de sua vida, da vida em sociedade. A partir desse base que nos forma, ou que tenha influenciado a vida, é a partir dela que e onde nossos órgãos do sentido muitas vezes se direcionam.
Temos muitas vezes uma percepção seletiva ou excludente e não nos apercebemos disso. O que não vemos ou percebemos muitas vezes está relacionado a algo que não reconhecemos porque não conhecemos. Por não conhecermos não vemos, mas podemos sentir, como algo desagradável ou agradável. Nesse jogo, a consciência é a grande regente. E, tudo é movimento incessante nessa dança dos cinco agregados. Pense um pouco nisso.
Qual a sua história?
Como você interpreta a sua vida?
Onde transita as suas sensações, percepções, processos mentais, que geram mais sensações, percepções?
O conhecido é um território de conforto?
O desconhecido de desconforto?
Os seus processos mentais, mobilizados por sua consciência são suficientemente abertos aponto de permitir apreciar o inusitado desconhecido?
O que é uma consciência de sabedoria?
O que é uma consciência de apegos e aversões?
O que é uma consciência compassiva?
E, seus reflexos em sua vida?
Pense nisso.
Realize Zazen e descubra por você mesmo, por você mesma.