Da Redação
Indicada no tratamento de obesidade mórbida, procedimento tem sido cada vez mais procurado por adolescentes que sofrem bullying.
Com o crescimento da obesidade nas crianças e jovens, cresce também os casos de bullying, que são caracterizados por agressão física ou moral que um indivíduo ou um grupo praticam contra outras pessoas. De acordo com a pesquisa do IBGE, 30% dos estudantes brasileiros já foram vítimas dessas agressões.
Esse fato coloca o bullying como um dos principais motivos dos adolescentes para buscar a cirurgia bariátrica como tratamento para a obesidade.
“A legislação brasileira só permite a cirurgia após os 16 anos ou esses números seriam maiores ainda. Muitos chegam ao consultório contando o preconceito que sofrem por serem obesos e acham que a cirurgia é a única solução, mas é preciso muita cautela e o paciente deve ser muito bem avaliado pela equipe clínica”, diz o cirurgião membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), Dr. Roberto Rizzi.
Preconceito
Mesmo com o assunto na mídia e diversas campanhas para acabar com o bullying e também reduzir o preconceito com os obesos, uma pesquisa realizada pelo HCor – Hospital do Coração – que entrevistou 600 pessoas no Rio de Janeiro e São Paulo – revelou que 50% da população não casaria com uma pessoa obesa e 81% dos entrevistados afirmam que a obesidade interfere na ascensão profissional. “Essa é a realidade que vemos no consultório. Muitos jovens obesos que procuram a cirurgia bariátrica têm a vida social e profissional estagnada, muitas vezes por vergonha e por não querer enfrentar o preconceito que realmente existe na nossa sociedade”, destaca Dr. Rizzi.
Apesar da idade mínima, a cirurgia bariátrica só pode ser indicada no tratamento de pacientes com IMC (Índice de Massa Corpórea – peso dividido pela altura ao quadrado) acima de 40. “A cirurgia bariátrica não é uma cirurgia estética. O paciente precisa passar por um amplo acompanhamento e já ter tentado perder peso pelas formas tradicionais, incluindo consultas com nutricionistas e endocrinologistas. Para pacientes com IMC entre 35 e 40 a cirurgia é liberada para casos com doenças relacionadas à obesidade, como diabetes e hipertensão”, conclui Dr. Rizzi.